Para marcar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, o Instituto divulga suas iniciativas para o enfrentamento da doença

No próximo domingo (1º/12) será celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Aids, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de chamar a atenção para a doença. No Brasil foram notificados mais de 980 mil casos desde o início da epidemia, em 1980, a junho de 2018, conforme boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado no ano passado. Apesar dos números elevados, o país é uma referência mundial na política de tratamento de HIV/Aids. E para tal feito, tem contado com a atuação do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), principal produtor público de antirretrovirais.

A militância da unidade na luta contra a Aids começou em 1999, quando iniciou a produção do Zidovudina, mais conhecido como AZT. A partir de então, o Instituto passou a ser referência nacional na produção dessa classe de fármaco. O portfólio atual conta com oito desses produtos que compõe o coquetel Antiaids: Zidovudina, Lamivudina, Efavirenz, Lamivudina+Zidovudina, Nevirapina, Fumarato de Tenofovir Desoproxila + Lamivudina, Atazanavir e Entricitabina+Tenofovir.

Durante toda essa trajetória, há de se destacar também o grande marco alcançado pela instituição em 2007, com a produção e distribuição do Efavirenz, fruto do primeiro caso de licenciamento compulsório realizado no Brasil. Tal feito garantiu a soberania nacional quanto a esse medicamento, que antes era importado.

Para se ter uma ideia da relevância de Farmanguinhos na saúde pública nacional, só neste ano, a unidade já enviou mais de 118 milhões de unidades farmacêuticas ao Ministério da Saúde para serem distribuídas a todos os estados, de acordo com a necessidade de cada unidade federativa, a fim de garantir o acesso ao tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). No total, serão remetidas cerca de 170 milhões até o final de dezembro.

As conquistas não param por aí. Em agosto desse ano, o Instituto foi incluído como local de fabricação do Fumarato de Tenofovir Desoproxila + Lamivudina (300+300) mg, genérico do Duplivir, assim denominado por reunir os dois princípios ativos em um único comprimido. Com isso, Farmanguinhos passa a executar todo o processo produtivo deste medicamento, após conclusão de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) com a empresa Blanver.

Outro ganho referente à PDP está relacionado à Profilaxia Pré-exposição ao HIV (PrEP), uma vez que a unidade assumiu a distribuição de Entricitabina+Fumarato de Tenofovir Desoproxila no terceiro trimestre desse ano. Vale destacar que a PrEP foi adotada como política pública com intuito de oferecer mais uma opção de prevenção à infecção pelo vírus, sendo o Brasil o pioneiro na América Latina a aderir tal terapia. Até o final de 2019, serão remetidas cerca de 2,2 milhões de unidades farmacêuticas para o Ministério da Saúde, visando o abastecimento do SUS.

Para 2020, a demanda será ainda maior. Para garantir o enfrentamento da doença, está prevista a produção de mais de 218 milhões de unidades farmacêuticas de antirretrovirais.

Todos esses feitos só reafirmam o potencial técnico e o caráter essencial de Farmanguinhos, tanto na luta contra a Aids quanto no fortalecimento da saúde pública brasileira.