Além de Marcus Vinícius Nora de Souza, outros 30 pesquisadores da Fiocruz integram o ranking elaborado pela Universidade de Stanford e publicado recentemente no Journal Plos Biology

Marcus Nora desenvolve pesquisas na área de Química Medicinal e lidera o Laboratório de Síntese de Substâncias de Combate a Doenças Tropicais, onde elabora estudos sobre Tuberculose, malária, leishmaniose e Doença de Chagas, além de processos sintéticos baseados em química verde (Foto de arquivo, antes da pandemia)

O Journal Plos Biology publicou, em 16 de outubro, o banco de dados de um estudo conduzido pela Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, que listou os 100 mil cientistas mais influentes do mundo a partir de um banco de dados utilizados até 2019. O pesquisador de Farmanguinhos, Marcus Vinicius Nora de Souza, é um dos 31 cientistas da Fiocruz que estão entre os 600 brasileiros a integrar o ranking. Clique aqui para acessar a publicação.

Marcus Vinicius Nora de Souza, é um dos 31 cientistas da Fiocruz que estão entre os 600 brasileiros a integrar o ranking.

A pesquisa avaliou diversas áreas do conhecimento e considerou diferentes métricas de produtividade em pesquisa, citações e afins. A lista também inclui cientistas que não estão entre estes 100 mil, mas que figuram entre os 2% melhores em suas áreas de atuação. No total, 7 milhões de carreiras foram avaliadas.

O pesquisador de Farmanguinhos, Marcus Souza, desenvolve pesquisas na área de Química Medicinal. Atualmente, é o líder do Laboratório de Síntese de Substâncias de Combate a Doenças Tropicais (SSCDT), onde lidera uma equipe que conduz estudos sobre Tuberculose, malária, leishmaniose, Doença de Chagas, além de elaborar processos sintéticos baseados em química verde, isto é, que não poluem o meio ambiente.

O estudo trabalha com dois rankings distintos: um que analisa o impacto do pesquisador ao longo de sua carreira e outro que avalia os impactos da atuação em 2019. O pesquisador de Farmanguinhos foi incluído nas duas listas.

Foi uma enorme satisfação ter recebido a notícia, já que ter o seu trabalho reconhecido é um dos objetivos de qualquer profissional independente da área. No entanto, um reconhecimento como este não se obtém sozinho, e gostaria de aproveitar a oportunidade para agradecer, primeiramente, a todos os professores e pesquisadores que participaram de minha formação científica, a Fiocruz, instituição que dispensa apresentações. E, finalmente, um agradecimento todo especial à equipe que compõe o SSCDT (Alessandra Campbell, Cláudia Brandão, Emerson Teixeira, Thaís Nogueira e Victor Facchinetti), pesquisadores esses de altíssimo gabarito, bem como alunos e pesquisadores que passaram ou ainda se encontram no grupo. Sem eles, com certeza, nada disso seria possível”, avalia Marcus Nora.

O diretor Jorge Mendonça ressalta a importância do reconhecimento para a instituição. “Toda instituição de Ciência e Tecnologia se sente homenageada quando seus pesquisadores são reconhecidos por seus trabalhos. O Reconhecimento do Dr Marcus Nora, de alguma forma, também é o reconhecimento de Farmanguinhos como instituição que promove e apoia a Ciência e Tecnologia. Desta forma, ficamos muito felizes com o reconhecimento do pesquisador, pelo trabalho à frente do grupo que lidera há vários anos, e por Farmanguinhos ter contribuído para a excelência do trabalho por ele realizado, bem como na formação de vários alunos, hoje mestres e doutores, que contribuem para o SUS”, destaca.

Metodologia – Para o estudo foram usadas as citações da base de dados Scopus, que atualiza a posição dos cientistas em dois rankings: o impacto do pesquisador ao longo da carreira (Tabela-S6-career-2019) e o impacto do pesquisador em um único ano, neste caso 2019 (Tabela-S7-singleyr-2019).

De acordo com o levantamento, as métricas de citação são amplamente utilizadas, mas nem sempre de forma correta. Por isso, a Plos Biology criou um banco de dados disponível ao público e que menciona os 100 mil principais cientistas do planeta, considerando informações padronizadas sobre citações, índice h, índice hm ajustado de coautoria, citações de artigos em diferentes posições de autoria e um indicador composto. Neste banco, os dados separados são mostrados para impacto ao longo da carreira e ano único. 

Segundo o estudo, “são fornecidas métricas com e sem autocitações e proporção de citações para artigos citados. Os cientistas são classificados em 22 campos científicos e 176 subcampos. Os percentis específicos de campo e subcampo também são fornecidos para todos os cientistas que publicaram pelo menos cinco artigos. Os dados ao longo da carreira são atualizados até o final de 2019”.

Laboratório do Pesquisador, onde desenvolve pesquisas na área de Química Medicinal (Arquivo)

Abaixo, a lista dos pesquisadores da Fiocruz, alguns já falecidos, incluídos na lista dos 100 mil melhores do mundo por suas carreiras, pela ordem alfabética de sobrenome:

Sônia Andrade
Zilton Andrade
Aldina Barral
Manoel Barral-Netto
Maurício Barreto
Zigman Brener
Constança Britto
Claudia Codeço
Rodrigo Correa-Oliveira
José Rodrigues Coura
Marcos Cueto
Filipe Dantas-Torres 
Solange de Castro
Marcos Vinícius N. de Souza
João Carlos Pinto Dias
Gerusa Dreyer
Ricardo Gazzinelli
Gabriel Grimaldi
Naftale Katz
Antoniana Krettli
Ricardo Lourenço de Oliveira
Hooman Momen
Edson Duarte Moreira
Carlos Morel
Wladimir Lobato Paraense
Alexandre Peixoto
Ana Rabello
Euzenir Nunes Sarno
Wilson Savino
Hermann Schatzmayr
Milena Botelho Pereira Soares
Célia Landmann

(Com informações da Agência Fiocruz de Notícias)