O que eu fiz durante a Pandemia? Série mostra a rotina e os desafios dos profissionais de Farmanguinhos durante o período de distanciamento social

 

Um momento de crise também é uma oportunidade de desenvolvimento e de ressignificação. Oito meses se passaram, desde que o distanciamento social foi decretado, e para manter o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) em atividade, cumprindo seu papel essencial à saúde pública brasileira, os profissionais da unidade precisaram se reinventar.

A partir dessa edição, mostraremos histórias de adaptação à nova realidade e os feitos realizados por cada profissional ao longo desse período de pandemia. Para dar início a série, Mariana Souza, coordenadora do Departamento de Educação, aborda os seus principais desafios, como a tecnologia tem sido utilizada no processo de ensino e aprendizagem e o que tem feito para manter a programação do ano letivo dos cursos oferecidos pelo Instituto, dentre os quais dois mestrados e dois doutorados (profissionais e acadêmicos) e duas pós-graduações de nível lato sensu.

Mariana Souza atua em Farmanguinhos desde 1997. Hoje, além de ser pesquisadora do Laboratório de Farmacologia Aplicada, é responsável pelo Departamento de Educação

Como você avalia o desenvolvimento do seu setor considerando a pandemia?

Esse ano foi desafiador, mas não foi um problema. Desde 2017, já estávamos nos preparando para usar tecnologias digitais como facilitadoras do processo educacional e de gestão acadêmica. Com isso, em 2020, todos aderiram.

Como o Departamento de Educação se estruturou para ministrar as aulas pela internet e manter a programação do ano letivo?

Antes de começar as atividades, fizemos pesquisa com docentes e discentes para saber se seria possível usar ferramentas digitais para manter nossas atividades. Como tivemos o retorno, confirmando a possibilidade do uso delas por 100% dos respondentes, nós rapidamente criamos tutoriais para diversas ferramentas digitais para que nenhuma defesa ou aula fosse perdida. Dessa forma, não foi preciso desmarcar nenhuma atividade acadêmica dos cinco cursos, incluindo a primeira turma da Residência em Tecnologias Aplicadas à Indústria Farmacêutica (Farmácia Industrial).

Aproveitamos, também, para inserir novas ferramentas de gestão para que a equipe da Secretaria Acadêmica pudesse desempenhar suas atividades com mais sintonia e visibilidade.

Mariana durante aula com alunos do mestrado e doutorado acadêmico

O Departamento de Educação criou algum material ou curso para preparar os docentes para essa nova realidade de sala de aula?

Além dos tutoriais, que foram amplamente divulgados, realizamos oficinas para ajudá-los na transposição do ensino presencial para o remoto. Tivemos um suporte grande da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) da Fiocruz em duas frentes: recebemos licenças do Zoom e um tablet/chip (para eventual aluno que precise de recursos tecnológicos para fazer as aulas) para usar em nossas atividades.

E qual foi o resultado desse processo de treinamento?

Nossa expertise foi reconhecida e a VPEIC me convidou para fazer parte de um grupo que preparou um curso autoinstrucional para auxiliar os docentes de toda a Fiocruz a fazer a transposição do ensino presencial para o ensino remoto. O curso está hospedado no Campus Virtual da Fiocruz e já tem quase 2000 inscritos.

Além dos treinamentos e dos materiais desenvolvidos, quais foram as outras atividades desempenhadas pela Educação de Far ao longo desse período?

Fizemos uma parceria interna, dando suporte à Vice-diretoria de Gestão do Trabalho de Farmanguinhos, para que utilizasse as ferramentas digitais para manter as atividades de treinamento e desenvolvimento.

Também realizamos os processos seletivos para novas turmas dos cursos lato e stricto sensu. O Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Translacional em Fármacos e Medicamentos já começou nova turma esse ano depois de fazer processo seletivo 100% on-line. Os demais cursos estão com processo seletivo aberto para iniciar turmas ano que vem.

Ademais, participamos ativamente no grupo organizado pela VPEIC que preparou o Plano de Desenvolvimento Institucional da Educação da Fiocruz, documento equivalente a um Planejamento Estratégico, que norteará as atividades acadêmicas da Fundação pelos próximos 5 anos.

Mariana participa de reunião para criação do Plano de Desenvolvimento Institucional da Educação da Fiocruz

 

Sobre Mariana Souza – Formada em Biomedicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), possui Mestrado em Ciências Morfológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Doutorado em Biologia Celular e Molecular pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e Especialização em Inovação e Tecnologias em Educação pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). Entrou em Farmanguinhos em 1997, como aluna de Iniciação Científica. Hoje, além de ser pesquisadora do Laboratório de Farmacologia Aplicada, é responsável pelo Departamento de Educação.