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Farmanguinhos participa de acordo com universidades europeias

Objetivo é desenvolver atividades conjuntas em diversas áreas do campo da saúde, tais como pesquisas, intercâmbio acadêmico, dentre outras

O diretor Jorge Mendonça e o pesquisador Jorge Magalhães participaram do encontro realizado na Universidade NOVA de Lisboa. A cooperação entre as duas instituições e a Universidade de Nottingham, do Reino Unido, prevê o desenvolvimento de trabalhos colaborativos em diversos campos da área da saúde (Foto: Arquivo IHMT)

Na última semana, Farmanguinhos assinou acordo de cooperação técnico-científica com o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) da Universidade NOVA de Lisboa e com a Escola de Farmácia da Universidade de Nottingham, do Reino Unido. A cerimônia foi realizada na sede da instituição portuguesa, em 8/10, e contou com as presenças do diretor Jorge Mendonça e do pesquisador Jorge Magalhães, que atua no NIT-Far e coordena o Mestrado Profissional da unidade.

O acordo prevê o desenvolvimento de trabalhos colaborativos nos campos de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico, comunicação, informação, gestão e políticas na área da saúde. Na ocasião, foram apresentadas as potencialidades de projetos conjuntos entre as três instituições. Desta forma, as três instituições concordaram em desenvolver atividades de cooperação em dez temas de interesse comum.

As atividades compreendem cooperação para o desenvolvimento institucional; elaboração e execução conjunta de projetos de investigação em saúde, de relevância para as instituições; intercâmbio acadêmico de pesquisadores e estudantes; intercâmbio de informação e documentação técnica no campo da saúde; organização conjunta de seminários ou conferências cientificas; publicações conjuntas de artigos e trabalhos científicos; aprendizagem e ensino, incluindo o desenvolvimento de um programa conducente que leve a obter um prêmio; troca de documentação e material de pesquisa; coordenação, através de seus respectivos escritórios, em projetos de pesquisa conjuntos ou colaborativos; bem como outras atividades que sejam de interesse comum.

Segundo o pesquisador Jorge Magalhães, dentre os benefícios está a possibilidade de ampliar a cooperação internacional e uma presença mais forte da instituição na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). “Haja vista que o IHMT é líder do grupo CPLP. Além disso, é importante na busca de fomentos internacionais para cada área elencada no acordo, bem como a mobilidade de pesquisadores e docentes entre as instituições, por exemplo”, frisa Magalhães.

O pesquisador explica que, por se tratar de um acordo de entendimentos, neste primeiro momento, não há obrigações legais. O próximo passo será a criação de grupos com planos de trabalho e atividades e metas específicas.

Realizado na sede do IHMT, o encontro foi viabilizado por Marta Temido (centro à esquerda), que acaba de ser nomeada ministra da Saúde de Portugal (Foto: Arquivo IHMT)

Segundo o diretor Jorge Mendonça, o trabalho em rede é essencial para sobrevivência das organizações, em especial as de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Produção. “Portanto, a formalização do acordo chancela, imediatamente, a criação de grupos de trabalho específicos e multidisciplinares, com elaboração de respectivos planos de trabalho com metas a curto, médio e longo prazos, como, por exemplo, a mobilidade entre os envolvidos”, ressalta Mendonça. Na prática, explica o diretor, o acordo prevê intercâmbio em Ciência, Tecnologia e Inovação; intercâmbio para a formação de pessoal; além de abordagens experimentais para a descoberta de novos fármacos.

Jorge Mendonça explica que a parceria foi construída gradativamente a partir da confiança obtida ao longo do tempo, por parcerias pontuais entre alguns pesquisadores da unidade. “A formalização, neste momento, abre oportunidades mais amplas, haja vista que envolve três instituições, sendo duas na Europa. Esta ação eleva Farmanguinhos a uma posição de protagonista no cenário da Ciência, Tecnologia e Inovação em saúde. Teremos acesso a processos de fomento, investigação e formação, de forma mais célere e com a potencialidade de sinergia pela formação desta rede de trabalho e conhecimento, o que não teríamos se nos mantivéssemos isolados”, conclui o diretor.

O encontro foi viabilizado por Marta Temido, que acaba de ser nomeada ministra da Saúde de Portugal. Em julho deste ano, a então subdiretora do IHMT visitou as instalações de Farmanguinhos e se reuniu com representantes da unidade a fim de estreitar as relações para uma possível cooperação. Naquela oportunidade, Marta demonstrou interesse em compartilhar experiências em diversas áreas, entre as quais engenharia reversa de fármacos, doenças negligenciadas e licenciamento compulsório.

Na ocasião, ela participou da reunião preparatória para o 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), realizada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).  Marta Temido e Jorge Magalhães integraram a mesa que debateu o tema Translação e Gestão do Conhecimento: Perspectivas e Desafios para os Sistemas de Saúde. Ele discorreu sobre o tema BIG DATA, Vigilância e Avaliação em Saúde: um olhar do Big Data em Saúde.

Uso de medicamentos desde a atenção básica até as Unidades de Terapias Intensivas

Os medicamentos foram objeto de trabalho de diversas Comunicações Orais, ao longo do Abrascão 2018 e no último dia do Congresso, nove trabalhos abordaram o tema Segurança do paciente e uso de medicamentos, com focos desde a atuação básica até as Unidades de Terapias Intensivas, na Escola Politécnica.

Com uma grande diversidade de estudos importantes, a maioria detalhou alguns gargalos e erros existentes na prescrição, na dispensação e no uso racional de medicamentos. Os pesquisadores de graduação, mestrado e até doutorado avaliaram os conteúdos existentes nas prescrições farmacêuticas, para averiguar quais apresentavam fórmula farmacêutica, dose a ser ingerida, duração do tratamento, a identificação do prescritor e data de emissão.

Também foram analisadas a adesão, discrepância e reconciliação de medicamentos, os efeitos adversos, a relação do uso de medicamentos com a interrupção devido ao alto custo e a relação com os idosos e o acompanhamento desde a admissão no hospital até em casa. Além disso, foram destacados quais medicamentos são os mais consumidos, como aqueles para trato alimentar e metabolismo, sistema cardiovascular, sistema nervoso, musculoesquelético e anti-infecciosos.

Ao término das apresentações, os participantes e ouvintes trocaram experiências, algumas divergências entre conceitos e esclarecimentos acerca dos trabalhos e das metodologias utilizadas. José Ruben Bonfim, médico e, há 26 anos, dedicado aos estudos de fármacos, participou do debate e ressaltou a importância do foco no paciente durante o tratamento. “Precisamos muito de comunicações de experiências no SUS, que tenham como foco principal, não a doença, tratamentos ou a perícia de prescritores ( médicos e cirurgiães-dentistas) e dispensadores ( farmacêuticos e enfermeiros), mas sim o paciente e seus cuidadores, porque os tratamentos mais efetivos são aqueles que têm a melhor relação benefício /risco e estejam centrados no paciente. Uma mesma doença, cientificamente descrita, tem um decurso diferente em cada afetado”, destacou. Bonfim atua no Instituto de Saúde e na Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, na área de Assistência Farmacêutica. Na sala das apresentações, Bonfim ainda apresentou a prosa Remédios Bonitos e Bulas Eficazes, de Cecília Meireles.

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Política Nacional de Atenção Básica: Desafios e Ameaças

Especialistas se reuniram no 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão) para discutir a Política Nacional de Atenção Básica: Desafios e Ameaças. Coordenada por Sandro Rogério Rodrigues Batista (Universidade Federal de Goiás), a mesa redonda contou com as presenças de Luiz Augusto Facchini (Universidade de Pelotas), Stephan Sperling – Universidade de São Paulo (USP) – e de Agleides Arichele Leal de Queirós, do Centro Brasileiro de Estudos De Saúde (Cebes-RJ).

A partir da esquerda: Stephan Sperling, Luiz Augusto Facchini , Sandro Rogério Rodrigues Batista e Agleides Arichele Leal de Queirós (Foto: George Maraias)

Segundo os especialistas da mesa, a Emenda Constitucional nº 95 (EC 95), que restringe os recursos para a saúde pública pelos próximos 20 anos, significa o desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS).  Os palestrantes alertaram para o fato de que a atual Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) não atende as necessidades da população, isso porque, atualmente, há uma desuniversalização do Sistema Único de Saúde (SUS). “A universalização é seletiva e excludente”, frisa a expositora Agleides Leal.

Ela informa que os cortes de verbas para o setor culminaram com a demissão de muitos agentes comunitários de saúde em todo o país. Porém, essa redução não consta no sistema. “É criminoso retirar agente de saúde de comunidade ribeirinha ou de comunidade quilombola. Essa Emenda Constitucional é criminosa”, alerta a palestrante.

Segundo Agleides Arichele Leal de Queirós, universalização é seletiva e excludente (Foto: George Maraias)

Nova regulamentação – Para mudar essa realidade, os especialistas propõem uma nova regulamentação para a Política Nacional de Atenção Básica. O médico Stephan Sperling explica que o SUS se pauta pela saúde e que esta é uma demanda das contradições sociais. Ele frisa que o sistema universal não deve ter uma responsabilidade apenas emergencial, como em casos de agravos de saúde e epidemiológicos. Mas deve ser um sistema de reparação de injustiças e contradições sociais históricas, pois essas impactam diretamente na rede pública de saúde.

“Um caso típico é a violência contra a mulher, e o sistema de saúde tem que fazer vigilância sobre esse fenômeno. Isso porque pode gerar uma demanda de saúde real a partir de um estupro, assim como por uma violência genital, por exemplo. Não é uma contradição epidemiológica, ou biológica. Portanto, não é uma pauta eminentemente do sistema de saúde, mas uma questão eminentemente social que impactará no sistema de saúde”, argumentou.

Sandro Rogério Rodrigues Batista coordenou a mesa (Foto: George Maraias)

De acordo com Sperling, a PNAB deve avançar em vigilância sobre o território, e redefinir o papel dos agentes comunitários de saúde, não restringindo à marcação de consulta ou preenchimento de planilhas. “Precisamos avançar na regulamentação da PNAB, de modo que ela assuma que o modelo sanitário que nós temos, que seja um modelo de defesa da saúde, com todas as contradições bioepidemiológicas que há, é também uma defesa da dignidade e da vida humana”, assinalou.

Dentro desse modelo proposto, o especialista projeta uma atuação estratégica dos agentes de saúde. “As equipes de saúde da família territorializadas e alocadas nas comunidades, e nas clínicas da família, conseguem dar conta dos dois aspectos (saúde e social). Primeiramente, porque se trata de uma equipe assistencial que acolhe demandas e necessidades de saúde, mas que também devem atuar inseridas no seu território com vigilância dos fenômenos humanos que lá ocorrem, e não sequestrar para dentro do sistema de saúde pautas que são evidentemente sociais. Essas questões acabam gerando sobrediagnóstico e, consequentemente, sobremedicalização. São demandas que nos obrigam a fazer intervenções completamente desnecessárias”, observou Sperling.

Luiz Augusto Facchini informou que foi elaborado um conjunto de ações e que o documento será entregue à Direção da Abrasco (Foto: George Maraias)

O conferencista enumera algumas atividades prioritárias. Uma delas é a presença dos agentes comunitários sobre os territórios. Além disso, entender outros determinantes de doenças, abordar prevenção paternária; difundir entre a população temas como esperas permitidas para intervenções, estabelecer estratégias de monitoramento. “Dar um novo modelo de atenção clínica e de cuidado que se espera de uma política nacional que tenha unicidade do modelo de atenção”, concluiu.

Luiz Augusto Facchini, que já presidiu a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), endossou o discurso dos colegas de mesa. Ele ressaltou que, desde 2016, a cobertura de imunização no Brasil caiu para todas as vacinas. “Como resultado, temos o aumento da mortalidade infantil, surgimento do sarampo e aumento de casos de febre amarela”, exemplificou. “É preciso resistir, e é por isso que nossa rede criou um conjunto de ações, cujo documento entregaremos à Direção da Abrasco”, assinalou.

O público lotou a tenda Nina Pereira Nunes (Foto: Alexandre Matos)

Abrascão 2018: Pesquisadores avaliam sistemas de saúde

Profissionais do Brasil e exterior apresentam os resultados durante o 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

Amanda Namíbia – O impacto da atenção primária em saúde na redução da mortalidade infantil através do método do geoprocessamento (Foto: Alexandre Matos)

Pesquisadores avaliaram sistemas de saúde do Brasil e da América do Sul em diferentes perspectivas. Os resultados, alguns preliminares, foram apresentados na categoria Comunicações Orais – Avaliação de sistemas de saúde. Sob coordenação do professor Oswaldo Tanaka, da Universidade de São Paulo (SUP), as palestras foram realizadas na Tenda da Ciência, durante o 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), sediado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de 26 a 27/7, e que reuniu mais de 8 mil pessoas durante os quatro dias de evento.

Amanda Namíbia apresentou O impacto da atenção primária em saúde na redução da mortalidade infantil através do método do geoprocessamento, em todas as regiões do Brasil. O estudo mostrou que a infraestrutura dos serviços de atenção primária está diretamente associada à mortalidade infantil na maior parte do país.

Cátia Maria Justo – Internações por condições sensíveis à atenção primária de saúde nas regiões de saúde de Sergipe (Foto: Alexandre Matos)

“Complicações na gestação, parto e pós-parto merecem atenção de serviços de alta complexidade, que estão localizados em municípios mais desenvolvidos, nos quais há maior oferta de equipamentos. Com isso, a criança e sua mãe possuem necessidade de se deslocarem para tais municípios, o que vem a refletir maior número óbitos registrados nesses locais”, conclui Amanda.

Cátia Maria Justo, da Universidade Federal de Sergipe, falou sobre o estudo Internações por condições sensíveis à atenção primária de saúde nas regiões de saúde de Sergipe. Ela informou que a gastroenterite infecciosa foi o principal motivo para internações no período avaliado (2008 a 2016). “Encontra-se nesta pesquisa uma associação entre a baixa renda e maior taxa de internações sensíveis à atenção primária, enquanto que grupos com renda mais alta tem menos taxa de internação por condições sensíveis.

Sâmela Carvalho Valfré de Jesus – Desigualdades regionais no acesso aos serviços de saúde no Brasil avaliou a utilização e a falta de acesso aos serviços de saúde no Brasil (Foto: Alexandre Matos)

A pesquisa Desigualdades regionais no acesso aos serviços de saúde no Brasil avaliou a utilização e a falta de acesso aos serviços de saúde no Brasil de acordo com as macrorregiões do país. Segundo a palestrante Sâmela Carvalho Valfré de Jesus, da
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), pessoas que residem nas regiões Sul e Sudeste possuem maior acesso aos serviços de saúde. “Políticas de saúde com foco na equidade são fundamentais para o alcance da igualdade e universalização do acesso ao sistema de saúde brasileiro”, frisou a palestrante.

O estudo de Camila Ramos Reis, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), descreveu os dados secundários relacionados ao perfil da força de trabalho da atenção especializada em Salvador e em 13 municípios que compõem a Região Metropolitana. Trata-se da Análise do perfil da força de trabalho médica da rede de atenção especializada à saúde em Salvador e região metropolitana, no ano de 2017, como integrante do ProSUS.

Camila Ramos Reis – Análise do perfil da força de trabalho médica da rede de atenção especializada à saúde em Salvador e região metropolitana, no ano de 2017, como integrante do ProSUS (Foto: Alexandre Matos)

Representando o Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia), Raica Cardoso apresentou o estudo Avaliação do desempenho da atenção básica em municípios do Amazonas, através da análise envoltória de dados. Segundo a palestrante, foi avaliada a eficiência da atenção básica na produção de serviços e na produção de resultados dos 62 municípios amazonenses. “A avaliação do desempenho da atenção básica aliada à capacidade de tomada de decisão permite que as organizações de saúde alcancem seus objetivos, identifiquem os pontos fortes e os que podem ser melhorados na prestação de serviços de saúde”, explicou a pesquisadora.

Raica Cardoso – Avaliação do desempenho da atenção básica em municípios do Amazonas (Foto: Alexandre Matos)

Neste sentido, o grupo de pesquisa do qual Raica faz parte avaliou indicadores de insumos (recursos materiais, humanos e financeiros), produtos e resultados. De acordo com o estudo, os municípios foram mais eficientes na produção de serviços do que de resultados. Dos 62 municípios, 44 foram ineficientes em cadastramento dos usuários, atendimento individual, produção ambulatorial e visita domiciliar; 52 municípios do total avaliado foram ineficientes na produção de impacto nas internações potencialmente evitáveis. Apenas sete cidades foram eficientes na produção de resultados.

Dalia Elena Romero, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), discorreu sobre o estudo Metodologia integrada de acompanhamento de políticas públicas e situação de saúde: o Sisap-idoso, cujo objetivo foi apresentar a estratégia metodológica de construção do sistema e demonstrar como ele pode ser utilizado para o desenvolvimento de funções como planejamento, controle e avaliação dos programas e políticas de saúde.

Dalia Elena Romero – Metodologia integrada de acompanhamento de políticas públicas e situação de saúde: o Sisap-idoso (Foto: Alexandre Matos)

“O Sisap-idoso é importante para formulação e acompanhamento de programas de saúde, principalmente no nível municipal. Uma vez que disponibiliza indicadores selecionados e calculados a partir de critérios de qualidade, o sistema auxilia no processo de implementação das políticas, além de permitir que as instituições da sociedade civil supervisionem a ação do Estado na promoção da saúde da pessoa idosa”, assinalou a palestrante.

Representando o Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Isags), Felix Rigoli apresentou o trabalho Plataforma para monitoramento de assimetrias em sistemas de saúde da América do Sul. Trata-se de uma plataforma on-line que resume indicadores dos países sul-americanos nas áreas de assimetrias do financiamento público da saúde, do acesso e cobertura de serviços e de resultados em matéria de morbidade e mortalidade.

Felix Rigoli – Plataforma para monitoramento de assimetrias em sistemas de saúde da América do Sul (Foto: Alexandre Matos)

Segundo o palestrante, devido ao fato de a América do Sul ser uma região basicamente caraterizada pelas desigualdades, pretende-se explorar as disparidades em saúde como dimensão específica dessas desigualdades, evitando esconder por trás das médias nacionais e regionais as situações de grupos desfavorecidos. Ao mesmo tempo pretende ser uma ferramenta para detectar efeitos na saúde de outras políticas públicas, nos contextos de contração econômica, tais como a deterioração da saúde mental e o aumento da violência.

Ainda em fase de execução, espera-se como impacto apoiar o debate regional sobre os efeitos de políticas públicas de saúde em relação ao sistema de saúde e seus efeitos na população. “A plataforma pode servir como base para uma defesa dos sistemas públicos e universais de saúde e para hierarquizar as políticas públicas neste campo na América do Sul”, concluiu.

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