Daniel Lacerda no estande do Consórcio Praziquantel Pediátrico em Congresso Internacional realizado na Suíça em 2015 (foto: arquivo)

Daniel Lacerda no estande do Consórcio Praziquantel Pediátrico em Congresso Internacional realizado na Suíça em 2015 (foto: arquivo)

Uma criança da Costa do Marfim tomou a primeira pílula da fase II do estudo clínico que está testando uma formulação pediátrica para o praziquantel. Seguro e eficaz contra a esquistossomose, este medicamento, entretanto, estava disponível apenas na formulação para crianças maiores que seis anos e adultos. Esta etapa começou na semana passada (16/6) e envovle cerca de 500 crianças do país do oeste africano.

Daniel Lacerda no estande do Consórcio Praziquantel Pediátrico em congresso internacional realizado na Suíça em 2015 (Foto: arquivo)Destinada aos pequenos na faixa etária de três meses e seis anos de idade, a nova formulação, concebida para desmanchar na boca (orodispersível), é fruto de iniciativa de um consórcio internacional, denominado Consórcio Praziquantel Pediátrico, que reúne, dentre outros laboratórios, Merck e o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). O projeto conta com financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates e do Fundo Global de Inovação para a Saúde.

Representante de Farmanguinhos no Consórcio, o farmacêutico Daniel Lacerda, que atua na Coordenação de Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da unidade, explica que esta fase do estudo clínico definirá qual formulação de praziquantel pediátrico seguirá em desenvolvimento (são testadas duas opções paralelamente). “Além disso, no fim deste ano, os pesquisadores definirão também a dose ideal do medicamento. A previsão é de que no início do ano que vem seja concluída esta etapa do estudo”, ressalta.

Lacerda mostra-se otimista devido ao começo da nova fase do estudo clínico, e com o avanço do consórcio que resultará em uma formulação mais apropriada ao tratamento infantil. “Esta é uma iniciativa muito importante para o controle desta doença”, diz. “Terminando esta etapa, o desenvolvimento seguirá para a fase III, que comprovará a eficácia do medicamento em um grupo maior de crianças”, assinala o farmacêutico.