Cerimônia realizada na embaixada alemã, com a presença do ministro da saúde,  celebrou a transferência de tecnologia; essa é a oitava PDP concluída no país

Parceria permitiu o fornecimento, ao longo dos últimos oito anos, de mais de 121 milhões de unidades farmacêuticas do Pramipexol ao SUS (foto: Farmanguinhos/Fiocruz)

A Fiocruz e a farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim anunciaram nesta quarta-feira (30/3) a conclusão da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para a fabricação do medicamento para tratamento contra a doença de Parkinson no Brasil, o pramipexol. O anúncio aconteceu em cerimônia realizada na embaixada alemã no Brasil, a convite do embaixador Heiko Thoms

A PDP firmada entre o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e a Boehringer Ingelheim permitiu o fornecimento, ao longo dos últimos oito anos, de mais de 121 milhões de unidades farmacêuticas, fabricadas pela indústria farmacêutica alemã, ao Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 2018, Farmanguinhos deu início à fabricação interna de todas as etapas produtivas do medicamento, totalizando o fornecimento de 97.265.140 unidades do pramipexol aos pacientes do SUS. Para o ano de 2022, estima-se a demanda de mais de 30 milhões de unidades farmacêuticas, nas concentrações de 0,125mg, 0,250mg e 1,000mg, o suficiente para atender milhares de brasileiros e brasileiras para tratar a Doença de Parkinson.

“A conclusão de mais uma parceria pela Fiocruz demonstra a importância do instrumento das parcerias de desenvolvimento produtivo para a incorporação de tecnologia de produtos cruciais para o sistema de saúde, garantindo o acesso dos benefícios da ciência pela população”, destaca o vice-presidente da Fiocruz, Marco Krieger.

Para o presidente da Boehringer Ingelheim do Brasil, Marc Hasson, “essa PDP é de extrema relevância para a autonomia nacional na produção de medicamentos. Desta forma, os pacientes que têm a doença de Parkinson poderão se beneficiar e ter acesso ao tratamento. Estamos muito orgulhosos dessa parceria na medida em que pudemos contribuir com o sistema de saúde brasileiro através do nosso propósito de garantir acesso à saúde a todos os brasileiros e brasileiras”, comemora.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que mais de 200 mil pessoas convivem com a enfermidade no Brasil.

“Essa PDP trouxe muitos benefícios, tanto em tecnologia, quanto pela ampliação do acesso ao tratamento de ponta por usuários do SUS acometidos por esta enfermidade. O medicamento oferece benefícios ao paciente, uma vez que estabiliza a doença e propicia melhor qualidade de vida. Por outro lado, a nacionalização deste IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) por uma farmoquímica nacional garante o fornecimento de um produto de qualidade, seguindo as regras sanitárias da Anvisa, fortalecendo nossa capacidade de absorção de tecnologias e gerando emprego e mão-de-obra qualificada no Brasil”, ressalta Jorge Mendonça, diretor de Farmanguinhos.

Estiveram presentes no evento o ministro da Saúde Marcelo Queiroga, o presidente da Boehringer Ingelheim no Brasil Marc Hasson, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, representando a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, o diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, o presidente da Nortec, Marcelo Mansur, o embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, dentre outras autoridades e lideranças.

Vice-diretor de Gestão da Qualidade de Farmanguinhos, Rodrigo Fonseca, Coordenadora de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos, Alessandra Esteves, vice-diretor de Gestão do Trabalho de Farmanguinhos, André Cordeiro, vice-diretora de Operações e Produção de Farmanguinhos, Elda Falqueto, presidente da Boehringer Ingelheim no Brasil, Marc Hasson, diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, ministro da Saúde Marcelo Queiroga, embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, secretário de vigilância em saúde, Arnaldo Medeiros, e o secretário executivo da saúde, Rodrigo Cruz. (Foto: Nicolas Reith)

Sobre a Doença de Parkison

É uma enfermidade degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada pela degeneração de células que produzem a dopamina em uma região do cérebro. A dopamina é uma substância importante para o bom funcionamento do sistema nervoso central e sua redução ou ausência causam problemas nos movimentos dos músculos do corpo. O quadro pode levar a tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, alterações na fala e na escrita. A doença pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sexo, raça, cor ou classe social. Porém, tende a afetar pessoas mais idosas, já que a grande maioria das pessoas tem os primeiros sintomas geralmente a partir dos 50 anos de idade. Um por cento das pessoas com mais de 65 anos têm a doença de Parkinson.