Fiocruz / Farmanguinhos » Qualidade, inteligência artificial e fortalecimento do SUS são temas da Jornada de Pós-Graduação

A III Jornada de Pós-Graduação de Farmanguinhos reuniu alunos, docentes e parceiros para explorar assuntos acerca do tema Capacitando o CEIS para fortalecer o SUS. O terceiro dia de atividades contou com mesas redonda, apresentação de alunos que tiveram trabalhos selecionados, exposição de postêres e conferência de encerramento, que trouxe atualizações sobre o tema.

A primeira mesa de discussão falou sobre Analytical Quality by Design, com a pesquisadora do Laboratório de Desenvolvimento e Validação Analítica de Farmanguinhos, Camila Areias, e a diretora executiva da empresa Pharmascia, Bianca Aloise. Camila destacou o Quality by Design no desenvolvimento de produtos farmacêuticos e Bianca apresentou o tema Da academia à indústria: a abordagem Quality by Design na resolução de problemas de produção e no avanço da fabricação contínua de medicamentos sólidos orais.

A segunda mesa redonda do dia explorou o tema inteligência artificial, apresentado pela pesquisadora do Laboratório de Inteligência Artificial do Instituto de Computação da Universidade de Campinas (Unicamp), Emely Pujolli da Silva, e o diretor da Versata AI, Sandro Albuquerque. Emely explorou o tema Bem-Estar Inteligente: como IA e Tecnologia Vestível auxiliam na prevenção e monitoramento da saúde. Sandro falou sobre RWE com estruturas de Inteligência Artificial podem ser aplicadas a processos de regulação e avaliação de tecnologias em medicamentos: oportunidades, desafios e limitações.

Para encerrar o evento, o coordenador da Rede de Pesquisa Desenvolvimento Sustentável e Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Carlos Gadelha, apresentou o tema Desenvolver o Complexo Econômico-Industrial da Saúde para fortalecer o SUS. Gadelha destacou o papel dos laboratórios públicos e trouxe reflexões sobre a independência nacional. “A agenda do complexo já mostrou a sua força na pandemia da Covid, onde ficou bem claro que quem não tem capacidade tecnológica de produção, uma economia forte, lutando pela saúde, fica vulnerável e dependente. O sistema de serviço é interdependente. A capacidade produtiva tem que avançar de acordo com o mercado público. O sistema conecta o serviço com a produção e é um sistema porque um depende do outro. Se eu tenho um viés produtivo de trazer tudo lá de fora, eu matei indústria, tecnologia, crescimento, inovação”, ressaltou.

Nesta terceira edição do evento, foram submetidos 96 trabalhos, que foram avaliados às cegas, somente com o título e conteúdo, sem identificação do aluno, para exposição de postêres e para apresentação oral. Os trabalhos selecionados foram apresentados pelos alunos e debatidos pelas bancas avaliadoras, compostas por Eduardo Ricci, da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fernanda Gadini, da UFRJ, Leonaardo Boldrini, do Inmetro, Bianca Aloise, da empresa Pharmascia , José Celestino, do Instituto de Química da UFRJ, e Renata Almeida, de Bio-Manguinhos.

O Coordenador da Educação de Farmanguinhos, Eduardo Sousa, falou sobre as experiências adquiridas ao longo das três edições do evento e convidou para a próxima, em 2026. “Viemos evoluindo ao longo dos anos. Começamos lá atrás como uma sementinha, que continuou germinando. Quantas coisas a semente precisa vencer quando jogada na terra. A educação é plantar sementes, florescer, frutificar e a Jornada de Pós-Graduação é exatamente isso. Significa estarmos juntos, avançando, crescendo. Significa o Matheus de iniciação científica, com 17 anos, ser lembrado e honrado, como significa também um aluno de doutorado ser lembrado e honrado. No final das contas, todos somos sementes”, concluiu. Eduardo aproveitou para deixar um convite para a próxima edição da jornada, que acontecerá de 6 a 8 de outubro de 2026.

O evento contou com o patrocínio das empresas Analítica, Buchi, Essencis Technologies, Faperj, Merck, Netzsch Proven Excellence e Shimadzu Excellence in Science.