Autor: Arielle Oliveira Curti (Página 1 de 11)

Fiocruz firma acordo para o desenvolvimento tecnológico de radiofármacos

Foram assinadas, ainda, outras duas parcerias com a Universidade de Coimbra para ações de educação e registro de medicamentos da instituição em Portugal 

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Primeiro do programa, Farmanguinhos recebe ciclo de visitas técnicas da Abifina 

Corpo técnico e presidente da associação estiveram na unidade de Jacarepaguá na última quinta-feira (11/7) 

Em visita ao Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), a Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (ABIFINA) inicia programa em conjunto com seus associados. Encontro aconteceu nesta quinta-feira (11/7), no Complexo de Tecnologia em Fármacos, campus do Instituto em Jacarepaguá, e foi a primeira de uma série de visitas a serem realizadas pela associação.  

A visita foi encorajada pelo diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça. “Quando estamos distantes, podemos não entender todos os percalços do processo de produção. Mas, ao estabelecermos essa conexão, ficamos mais sensíveis às necessidades de cada um. Além de ser uma atividade que aproxima os setores e permite uma relação melhor entre eles”, comentou.

Ação acontece para que corpo técnico e administrativo da associação possa conhecer as instalações e complexidade do processo produtivo. “São visitas de educação à área que representamos. A maioria entrou hoje, pela primeira vez, em uma planta farmacêutica. Então, antes dessa visita, muitos não tinham um verdadeiro conhecimento sobre o que pode ser encontrado dentro de um comprimido, por exemplo, e saem daqui, hoje, já com essa noção”, disse o presidente da Abifina, Odilon José da Costa Filho.  

Ele ressaltou, ainda, a importância de conhecer a estrutura de um laboratório público. Uma oportunidade de entender em que momento o setor está e como incorpora as suas atividades ao Sistema Único de Saúde (SUS), visto que essa é uma experiência diferente da que se vive no mercado.  

Desde 1986, a ABIFINA trabalha para fortalecer o complexo industrial da química fina e biotecnologia, pleiteando políticas públicas que visam seu crescimento no mercado nacional e global. Este setor produz itens com elevado conteúdo tecnológico e valor agregado, como Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), medicamentos, vacinas, defensivos agrícolas, corantes, aditivos, entre outros.

Um ponto forte analisado pelo corpo técnico da Abifina foi a mudança no ponto de vista. “Quando a gente recebe as demandas técnicas dos associados para fazer provocações ao Ministério da Saúde, temos uma visão. Mas quando vamos ao local onde os problemas acontecem, conseguimos ter uma ideia diferente daquela que tínhamos antes. O problema também vira uma questão nossa”, explicou a Integrante da equipe, Marina Moreira. 

Ao fim da experiência, o diretor de Farmanguinhos parabenizou o presidente da Abifina pela iniciativa e agradeceu a oportunidade “É um grande orgulho para Farmanguinhos ser o primeiro laboratório a receber a visita da associação dentro do novo programa estabelecido”, disse. 

Workshop da Indústria Farmacêutica debate materiais de embalagens, equipamentos e setups eficientes 

Com temas variados, evento ocorre regularmente para profissionais da área 

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Farmanguinhos/Fiocruz realiza doação de antimaláricos para tratamento em terras indígenas Yanomami

Em parceria com o Ministério da Saúde, medicamentos serão entregues como parte do combate à situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) fará entrega emergencial do artesunato + mefloquina, também conhecido como ASMQ. Em concentração reduzida para a população pediátrica, medicamento será direcionado ao tratamento da malária em terras indígenas Yanomami. Doações saíram na terça-feira 18/6, do Rio de Janeiro.

Por ser uma combinação de dose fixa, o medicamento apresenta resultados mais rápidos e eficazes contra a doença. “Farmanguinhos possui uma posição estratégica no combate as doenças negligenciadas e são as melhorias em nossos processos que tornam isso possível. O ASMQ é um desses exemplos. Ele foi projetado para atender às necessidades específicas das crianças, que são as principais vítimas da malária em todo o mundo, sendo um dos medicamentos com maior avanço no tratamento da malária dos últimos 15 anos”, disse Jorge Mendonça, diretor de Farmanguinhos/Fiocruz.

A entrega do ASMQ (25+50) mg será realizada em duas apresentações: serão cerca de 233 mil unidades farmacêuticas, com três comprimidos, e mais de 131 mil, na versão com seis comprimidos (foto: Lean Morgado – Farmanguinhos/Fiocruz)

A entrega do ASMQ (25+50) mg será realizada em duas apresentações. Serão cerca de 233 mil unidades farmacêuticas, com três comprimidos, e mais de 131 mil, na versão com seis comprimidos. “Estamos doando ao Ministério da Saúde todo o estoque disponível de Farmanguinhos para o tratamento pediátrico de malária. Então, apenas nessa concentração, serão enviados medicamentos para mais de 99 mil tratamentos”, disse a responsável pela Divisão de Assistência Farmacêutica de Farmanguinhos/Fiocruz, Vanessa Lordello.

Além do quantitativo doado para o tratamento em terras indígenas Yanomami, serão fornecidos mais 259 mil comprimidos do medicamento as secretarias estaduais. Desses, mais de 132,6 mil são referentes a dosagem 100+200 mg, destinado a uso adulto. As demais, somando 127 mil unidades farmacêuticas, estão na dosagem (25+50) mg e são destinadas a população infantil.

Desde 2023, o Ministério da Saúde (MS) aplica ações de combate à situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) em decorrência de desassistência à população Yanomami, declarada por meio da Portaria GM/MS Nº 28, de 20 de janeiro de 2023. À época, foram encontradas crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição grave, além de muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos.

A instituição é a única fabricante nacional da associação antimalárica em dose fixa combinada de artesunato e mefloquina. Essa foi uma parceria do Instituto com a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (em inglês, Drugs for Neglected Diseases initiative – DNDi), uma entidade internacional sem fins lucrativos. ainda em 2008. “Este modelo bem-sucedido de desenvolvimento farmacêutico colaborativo sem fins lucrativos, liderado por um país endêmico para atender às necessidades específicas de sua população, pode nos ensinar muitas lições valiosas sobre o desenvolvimento de novos tratamentos para outras doenças que exigem atenção urgente – inclusive para combater a epidemia de dengue de rápida disseminação”, disse o Dr. Sergio Sosa-Estani, diretor da DNDi América Latina.

Leia também a matéria do DNDi: Tratamento pediátrico para malária desenvolvido no Brasil por organizações sem fins lucrativos é distribuído a crianças indígenas na região amazônica | DNDi América Latina (dndial.org)

O produto é registrado em quatro apresentações que permitem o ajuste de dose em função das faixas etárias e de peso dos pacientes. Confira abaixo:

Redesenvolvimento Tecnológico

Essa é, também, a primeira entrega do ASMQ após a mudança no processo produtivo de Farmanguinhos. A fim de tornar a fabricação mais eficiente, a instituição realizou melhorias no desenvolvimento desses medicamentos. “Um grande objetivo do projeto era a internalização da etapa de revestimento. Com isso, Farmanguinhos está apto a fabricar ambas as concentrações, tanto para adultos quanto para crianças, sem depender de serviços terceirizados”, comenta a chefe do Departamento de Gestão de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos/Fiocruz, Juliana Johansson.  

A ação, além de diminuir custos e garantir a autonomia a Farmanguinhos em toda a cadeia de fabricação destes antimaláricos, cumpre com requisitos regulatórios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mais recentes, especialmente no que se refere a requisitos analíticos. Com isso, é possível assegurar que os produtos finais atendem às especificações de qualidade do medicamento, garantindo a eficácia e segurança do tratamento.

Para isso, foi necessário que o Instituto passasse por novas etapas de aprovação na Anvisa. As alterações pós-registro da maior concentração foram submetidas para a Anvisa em maio/2023 e para a menor dosagem a submissão ocorreu mais recentemente, em abril/2024. Estas alterações foram classificadas como menores no processo de fabricação, não havendo necessidade de aguardar a anuência da agência reguladora para a implementação.

Além do quantitativo doado para o tratamento em terras indígenas Yanomami, serão fornecidos mais 259 mil comprimidos do medicamento as secretarias estaduais (foto: Lean Morgado – Farmanguinhos/Fiocruz)

Etapas de entrega

As doações do ASMQ (25+50) mg saíram nesta terça-feira (18/6), do Rio de Janeiro. “A carga será entregue ao Centro de Distribuição do Ministério da Saúde, em São Paulo, onde ficará sob responsabilidade do Ministério da Saúde”, explica a gerente logística de Farmanguinhos, Cristina Guedes.

ASMQ – o medicamento foi incorporado ao Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2009. No entanto, teve sua fabricação interrompida em 2021 e voltou a ser distribuído após algumas melhorias em seu processo de desenvolvimento e internalização da etapa de revestimento. Em 2023, foram fabricados e disponibilizados, no SUS, 254,4 mil unidades do medicamento para adultos. Agora, em 2024, Farmanguinhos retomou a produção do ASMQ para menores de 12 anos.

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