Diretora Rita Barradas Barata fala sobre doutorado profissional, qualidade x quantidade de artigos e equidade

Farmanguinhos e a Coordenação Geral de Educação da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) receberam a diretora de Avaliação da Capes/ MEC, Profa. Dra. Rita Barradas Barata, para ministrar a palestra Avaliação do Sistema Nacional de Pós-graduação, no dia 12 de março. O evento, que aconteceu no Auditório do INCQS, em Manguinhos, reuniu coordenadores de cursos de pós-graduação, pesquisadores de várias unidades, inclusive das Regionais da Fiocruz, e alunos dos cursos da Fundação.

Além da convidada, participaram da mesa de abertura do evento, a Coordenadora Geral de Educação da VPEIC, Maria Cristina Guilam, o diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, e o Coordenador do Mestrado Profissional de Far, Jorge Magalhães.

Magalhães falou sobre a importância da palestra. “É fundamental termos uma compreensão mais aprofundada dos avanços e desafios do Sistema de Avaliação e entendermos claramente o papel das modalidades acadêmica e profissional, para analisarmos e definirmos melhor, que tipos de alunos queremos formar e quais foram os legados de nossos egressos, além de refletirmos sobre a nossa contribuição para o país, dentro do papel estratégico de Far como ‘agente’ do SUS”, observou.

Além disso, o coordenador ressaltou o processo para o doutorado em Far. “A Capes fará o julgamento de todas as propostas (acadêmica e profissional), no segundo semestre deste ano, ocasião em que ansiamos receber parecer “positivo”. E em paralelo, estamos estudando melhorias para a área de ensino como um todo (lato e stricto sensu), sejam na identificação e fortalecimento do corpo docente, bem como na infraestrutura, nos campi CTM e Manguinhos”, explicou.

Barradas alertou sobre a maior dificuldade dos doutorados profissionais. “Aqui no Brasil, as universidades sempre valorizaram a formação estritamente acadêmica e viam como menos importante a formação profissional. É muito atraso e resistência no meio acadêmico. Além da dificuldade do olhar prático, mais aplicado, contextualizado do setor para aplicar no meio profissional”, constatou.

Coordenador do Mestrado Profissional de Far, Jorge Magalhães, diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, diretora de avaliação do Capes, Rita Barradas, e Coordenadora de pós-graduação da VPEIC, Maria Cristina Guilam

A diretora detalhou as etapas da avaliação, revisão dos instrumentos, mudanças no banco de dados das coordenações, estudos de egressos, perspectivas, tempo de bolsa com tempo de titulação, entre outros assuntos. Barradas frisou a preocupação com a desigualdade entre as regiões brasileiras. “Se não mantivermos o padrão de avaliação, iremos perpetuar a desigualdade. Temos que defender a equidade, principalmente nas regiões mais afastadas. Se o programa não for suficientemente bom, que doutor estará se formando? A qualidade precisa ser garantida em qualquer lugar”, ressaltou.

Segundo Barradas, uma das grandes preocupações é desmontar a grande máquina que registra 800 mil artigos. “Estamos preocupados em olhar a avaliação. Focar na formação e não na produção. Nosso sistema está produzindo o mais do mesmo. Isso é mortal para a ciência. Temos que olhar e valorizar qualidade e formação, e não só produção de conhecimentos”, concluiu.

Ao final, os presentes ainda realizam perguntas sobre redes de solidariedade, avaliação comparativa, produção técnica e científica, repositório para os produtos, bolsas, entre outros.

O evento contou com a presença de coordenadores de cursos de pós-graduação da Fiocruz de outros estados. Luzia Carvalho, Coordenadora da Pós-graduação de Ciências da saúde, da Fiocruz Minas – Instituto René Rachou, que obtém conceito 7, destacou o que levam do encontro. “Foi importante para entendermos a nova política. E o principal, é pressionar sobre as situações das bolsas. A falta de bolsa é um grande problema e esse cenário nos preocupa. Gostei de ouvir também sobre a preocupação em avaliar qualitativamente e não quantitativamente”, afirmou.

Theolis Bessa, Coordenadora do Curso de Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa, e Valéria Borges, Coordenadora do Curso de Patologia, da Fiocruz Bahia – Instituto Gonçalo Moniz, falaram sobre a avaliação. “Estamos nessa etapa de realização do relatório e nesse início do quadriênio, essa conversa foi primordial para conhecermos melhor e sabermos que caminho a Capes está seguindo”, disse Bessa. Os cursos obtiveram conceito 6.

Clique aqui e confira a apresentação completa. Neste link, você acompanha o áudio de toda a palestra.

Valéria Borges, Theolis Bessa (Fiocruz Bahia) e Luzia Carvalho (Fiocruz Minas)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fotos: Viviane Oliveira