Os medicamentos foram objeto de trabalho de diversas Comunicações Orais, ao longo do Abrascão 2018 e no último dia do Congresso, nove trabalhos abordaram o tema Segurança do paciente e uso de medicamentos, com focos desde a atuação básica até as Unidades de Terapias Intensivas, na Escola Politécnica.

Com uma grande diversidade de estudos importantes, a maioria detalhou alguns gargalos e erros existentes na prescrição, na dispensação e no uso racional de medicamentos. Os pesquisadores de graduação, mestrado e até doutorado avaliaram os conteúdos existentes nas prescrições farmacêuticas, para averiguar quais apresentavam fórmula farmacêutica, dose a ser ingerida, duração do tratamento, a identificação do prescritor e data de emissão.

Também foram analisadas a adesão, discrepância e reconciliação de medicamentos, os efeitos adversos, a relação do uso de medicamentos com a interrupção devido ao alto custo e a relação com os idosos e o acompanhamento desde a admissão no hospital até em casa. Além disso, foram destacados quais medicamentos são os mais consumidos, como aqueles para trato alimentar e metabolismo, sistema cardiovascular, sistema nervoso, musculoesquelético e anti-infecciosos.

Ao término das apresentações, os participantes e ouvintes trocaram experiências, algumas divergências entre conceitos e esclarecimentos acerca dos trabalhos e das metodologias utilizadas. José Ruben Bonfim, médico e, há 26 anos, dedicado aos estudos de fármacos, participou do debate e ressaltou a importância do foco no paciente durante o tratamento. “Precisamos muito de comunicações de experiências no SUS, que tenham como foco principal, não a doença, tratamentos ou a perícia de prescritores ( médicos e cirurgiães-dentistas) e dispensadores ( farmacêuticos e enfermeiros), mas sim o paciente e seus cuidadores, porque os tratamentos mais efetivos são aqueles que têm a melhor relação benefício /risco e estejam centrados no paciente. Uma mesma doença, cientificamente descrita, tem um decurso diferente em cada afetado”, destacou. Bonfim atua no Instituto de Saúde e na Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, na área de Assistência Farmacêutica. Na sala das apresentações, Bonfim ainda apresentou a prosa Remédios Bonitos e Bulas Eficazes, de Cecília Meireles.