Ano: 2018 (Página 19 de 24)

Ações de Farmanguinhos para o enfrentamento da Tuberculose

O Instituto disponibiliza novo medicamento contra a doença, que reúne quatro princípios ativos em um único comprimido, o que melhora a adesão

 

Todos os anos, surgem aproximadamente 70 mil novos casos de Tuberculose no Brasil, levando cerca de 4,6 mil pessoas ao óbito, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde em 2017. Um dos entraves para eliminar a doença é o abandono do tratamento, principalmente em função da quantidade de comprimidos e da longa duração (seis meses). O cenário é desafiador, mas tem solução. O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) oferece um novo medicamento para essa enfermidade: o 4×1. Ele é assim denominado por reunir em um único comprimido quatro princípios ativos: isoniazida, rifampicina, etambutol, pirazinamida.

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Esse tipo de formulação em Dose Fixa Combinada (DFC) é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o mais eficaz de combate à tuberculose. Isto porque a redução do número de comprimidos facilita a adesão ao tratamento. No caso do 4×1, por exemplo, o paciente precisa tomar apenas um comprimido em vez de quatro, evitando o abandono da terapia, que, por sua vez, causa o aparecimento das formas resistentes da doença, ainda mais difíceis de tratar.

Medicamento 4×1 reúne em um único comprimido quatro princípios ativos: isoniazida, rifampicina, etambutol, pirazinamida (Foto: André Nogueira)

Somente neste ano, Farmanguinhos já disponibilizou mais de sete milhões de comprimidos do 4×1 gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A previsão é distribuir um total de mais de 24 milhões de unidades farmacêuticas.

O medicamento é fruto de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre Farmanguinhos e o laboratório indiano Lupin. No momento, a cooperação está na etapa da avaliação de alguns Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) importados. Com isso, o medicamento tem sido produzido no parceiro sob supervisão de técnicos da Fiocruz. A previsão é de que em julho de 2019 sejam fabricados os lotes pilotos nas instalações do Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM).

 

O portfólio de Farmanguinhos conta ainda com uma linha especificamente de tuberculostáticos. A instituição produz etionamida, isoniazida e o composto isoniazida+rifampicina. Além dos medicamentos disponíveis, a unidade desenvolve pesquisas a fim de chegar a novas formulações para a tuberculose.

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Novas pesquisas – Na área de pesquisa de química orgânica, busca-se por novas moléculas e por melhoria incremental ou radical, além de substâncias já utilizadas para outras doenças e que podem ter atividade para Tuberculose. Já o Laboratório de Farmacologia Aplicada atua na investigação de novos fármacos com atividade antimicrobiana, com estudos de substâncias de origem natural ou sintética, assim como fármacos já conhecidos capazes de atuar como antimicrobianos e na imunomodulação.

 

Deste modo, por meio da pesquisa de novas formulações terapêuticas, ou da produção de medicamentos essenciais para o tratamento dessa doença negligenciada, Farmanguinhos procura cumprir seu papel de laboratório público e estratégico para o país.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Um marco para a saúde pública nacional

Em maio de 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS) celebra 11 anos de produção pública do antirretroviral efavirenz

 

Em maio de 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS) celebra 11 anos do licenciamento compulsório do efavirenz. Trata-se do primeiro recurso legal desta natureza realizado no Brasil, o que permitiu a Farmanguinhos produzir este importante antirretroviral. Apesar de estar saindo do protocolo para a doença, atualmente, o efavirenz é usado por 55,4 mil pacientes que vivem com HIV/Aids no país, e a sua produção é considerada um marco para a unidade, que demonstrou sua capacidade de desenvolvimento tecnológico, e permitiu ao país negociar preços de outros medicamentos considerados estratégicos.

Licença compulsória – A especialista em propriedade intelectual, Wanise Barroso, explica a diferença entre licença compulsória e quebra de patente. Segundo ela, este segundo termo se popularizou de forma incorreta. “O que existe, na verdade, é o licenciamento compulsório. Previsto na Lei da Propriedade Industrial 9.279/96, esse recurso tem como objetivo sanar eventuais abusos cometidos pelo detentor da patente. Tal disposição faculta aos países a adoção de medidas para evitar o mau uso dos direitos oriundos da patente”, observa.

Neste sentido, a decisão do governo brasileiro na ocasião foi necessária em função dos altos preços praticados pela empresa que monopolizava a produção. A entrada de Farmanguinhos foi fundamental para assegurar o abastecimento da rede pública de saúde. Para se ter uma ideia, ao longo desses anos, Farmanguinhos já produziu quase 130 milhões de comprimidos do efavirenz na concentração 600 mg.

Além deste medicamento, o portfólio da unidade é composto por outros seis antirretrovirais que integram o coquetel antiaids: Atazanavir, Lamivudina, Nevirapina, Zidovudina, Lamivudina+Zidovudina e tenofovir+lamivudina. A lista vai crescer, uma vez que o Instituto participa de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para fabricação do emtricitabina+tenofovir, mais conhecido como truvada, usado na Profilaxia Pré-exposição ao HIV (PreP).

 

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