Com o passar do tempo, as estruturas empresariais tornaram-se mais complexas e exigentes. Isso se intensifica quando se trata de uma indústria farmacêutica, um segmento dinâmico, com inúmeras particularidades, que compreende incumbências constantes relacionadas aos processos de melhoria, desenvolvimento de novos produtos, aumento de capacidade produtiva e reestruturações e adequações dos mais variados tipos, seja por necessidades internas, por demandas de mercado, ou ainda por requisitos regulatórios.

E para atender tais necessidades é preciso planejar, entender a atual situação e projetar as melhores alternativas, analisando diversos fatores, como a viabilidade do intento, itens necessários, os impactos e os custos, dentre outros. É nesse cenário que entra o Departamento de Projetos Industriais. O setor, vinculado à Vice-diretoria de Operações e Produção (VDOP), tem como objetivo desenvolver e gerenciar projetos relacionados aos processos produtivos e à central de utilidades, com foco na qualidade e no atendimento aos órgãos regulamentadores.

Jorge Camanho,Tompson Santana, José Junior, Alexandre Moore, Bernardo Rosa, Alessandro Melo e Wilson Junior.

O departamento, que é lotado no CTM, mas atende aos demais campi, tem como atribuições projetar áreas produtivas apropriadas para a fabricação, plantear áreas laboratoriais adequadas para pesquisa e desenvolvimento, especificar equipamentos para produção das unidades farmacêuticas, definir fluxos produtivos juntamente com o setor de Produção, realizar estudos de capacidade produtiva, fiscalizar contratos de obras e serviços de engenharia/manutenção, dentre outras.

Organograma do Departamento

Responsável pela área desde a sua implementação, em 2009, Alexandre Moore é farmacêutico Industrial, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, especialista em Indústria Farmacêutica pela Fundação Getúlio Vargas – FGV e possui MBA em Gestão de Negócios pela Pontifícia Universidade Católica – PUC-Rio. Com 43 anos de experiência em indústria farmacêutica, ele já atuou na Boehringer Manheim, no Ministério da Saúde, na Smithkline Beecham e na GlaxoSmithKline, até chegar em Farmanguinhos, em 2006. Na ocasião, ele foi contratado como consultor da área produtiva.

Além de Moore, o departamento conta com mais seis colaboradores na equipe: Tompson Santana (engenheiro eletricista), Bernardo Rosa (engenheiro mecânico), Wilson Junior (engenheiro de automação), Alessandro Melo (arquiteto), José Junior (técnico em edificações e Engenheiro civil) e Jorge Camanho (engenheiro mecânico).

Projetos

Com uma média de 24 projetos por ano, o departamento elabora propostas a partir de um estudo aprofundado das necessidades da Unidade, analisando diversos itens, de acordo com a complexidade, tais como: a viabilidade técnica, os custos, os equipamentos que serão utilizados, a quantidade de pessoal envolvido, etc.

Para desenvolver tais trabalhos, os profissionais do setor utilizam diversos métodos e programas específicos. Já ao que tange às regulamentações, são consideradas as Normas Brasileiras (NBR), as Normas Regulamentadoras (NR) e a Lei 8666/93.

Dentre alguns dos projetos desenvolvidos pelo setor, encontram-se:

– Instalação do sistema de estocagem e distribuição de água Purificada para ampliar e automatizar número de pontos de uso de água;

– Transferência da Extrusora Farmacêutica do Instituto Nacional de Tecnologia para Farmanguinhos, a fim de auxiliar na melhoria da disponibilidade biológica dos medicamentos;

– Instalação de desumidificador no 2° pavimento da fábrica para adequar as condições climáticas da área produtiva para a fabricação do tuberculostático 4 em 1 (soniazida + rifampicina + pirazinamida + etambutol).

 

Conquistas

A revitalização da fábrica visando à produção dos primeiros medicamentos de PDP foi o marco do Departamento de Projetos Industriais. Alexandre Moore explica que todo o processo, desde a elaboração do projeto até a conclusão da obra, proporcionou muito aprendizado à equipe.

“Elaborar o projeto executivo foi muito desafiador, pois tínhamos que informar todo o conjunto de elementos necessários para a execução completa da obra (memoriais descritivos, cálculos estruturais, desenhos, especificações técnicas e executivas, cronograma, equipamentos necessários para a construção e planilhas orçamentárias). Até então, nós não tínhamos esse know-how. Recebemos a demanda de forma embrionária, aos poucos fomos desenvolvendo todo o projeto, até chegar à fase da obra propriamente dita.  Outro complicador é que tínhamos que fazer a obra produzindo medicamento, o que exigiu mais cuidados. Contudo, esse trabalho como um todo, foi muito gratificante para nós. Uma grande conquista”, salienta.

Para se ter uma ideia da magnitude do projeto, o local possui no total 2.100 m2 e para fazer as adequações foram necessários cerca de 100 trabalhadores (internos e externos), de diversas áreas, atuando diretamente na obra.  O tempo de duração foi de dois anos, desde o desenvolvimento do projeto até a finalização da obra. Para tal revitalização, foram investidos R$ 43 milhões, sendo  cerca de 24 milhões para a obra e o restante para a aquisição de equipamentos. No total, 21 máquinas foram adquiridas, dentre as quais: leito fluidizado, estufas, encapsuladoras, misturadores planetários e emblistadeira.

Atualmente, a fábrica está apta para a produção dos medicamentos Tacrolimo, Atazanavir, Pramipexol, Sevelâmer, Cabergolina e Duplivir.