Autor: Tatiane Sandes (Página 1 de 26)

RedesFito Convida aborda importância dos herbários na conservação da biodiversidade e inovação

O próximo programa acontecerá no dia 04/05, a partir das 18h30, com transmissão pelo canal da RedesFito no Youtube. Participe!

No dia 4 de maio, a partir das 18h30, acontecerá mais uma edição do “RedesFito Convida”. Com o tema “A importância dos herbários na conservação da biodiversidade e inovação”, o programa receberá os biólogos Rafaela Campostrini Forzza, pesquisadora e curadora do herbário RB do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Marcelo Neto Galvão, curador do Herbário Coleção Botânica de Plantas Medicinais (CBPM) do CIBS/Farmanguinhos/Fiocruz, Ana Odete Santos Vieira, que integra o Comitê Gestor do Herbário Virtual da Flora e dos Fungos do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT- HVFF), e Leandro Lacerda Giacomin, professor adjunto na Universidade Federal da Paraíba e representante da Rede Brasileira de Herbários na Sociedade Botânica do Brasil. A mediação será feita pelo coordenador do Sistema Nacional das Redes Fito, Jefferson Pereira Caldas dos Santos.

A transmissão será feita pelo canal da RedesFito no Youtube.

Sobre o RedesFito Convida – Desenvolvido pelo Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde (CIBS) de Farmanguinhos, o programa de entrevistas aborda vários temas relacionados à inovação em medicamentos da biodiversidade e conta com a participação de atores locais, espalhados pelos biomas brasileiros, que fazem parte das redes e atuam nos diferentes setores da cadeia produtiva de medicamentos da biodiversidade (agricultores, técnicos, pesquisadores, professores, empresários, etc).

Confira a programação, anote na agenda e venha debater conosco!

 

Farmanguinhos conclui parceria para o desenvolvimento produtivo do Pramipexol

 

Com a transferência de tecnologia, a unidade garante autonomia nacional na produção do medicamento contra Parkinson; essa é a oitava PDP concluída no país

 

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e a farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim anunciaram a conclusão da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para a fabricação do medicamento para tratamento contra a doença de Parkinson no Brasil, o pramipexol. O comunicado aconteceu, no dia 30 de março, em cerimônia realizada na embaixada alemã no Brasil, a convite do embaixador Heiko Thoms

Desde 2018, Farmanguinhos deu início à fabricação interna de todas as etapas produtivas do medicamento, totalizando o fornecimento de 97.265.140 unidades do pramipexol aos pacientes do SUS. Para o ano de 2022, estima-se a demanda de mais de 30 milhões de unidades farmacêuticas, nas concentrações de 0,125mg, 0,250mg e 1,000mg, o suficiente para atender milhares de brasileiros e brasileiras para tratar a Doença de Parkinson.

“A conclusão de mais uma parceria pela Fiocruz demonstra a importância do instrumento das parcerias de desenvolvimento produtivo para a incorporação de tecnologia de produtos cruciais para o sistema de saúde, garantindo o acesso dos benefícios da ciência pela população”, destaca o vice-presidente da Fiocruz, Marco Krieger.

Para o presidente da Boehringer Ingelheim do Brasil, Marc Hasson, “essa PDP é de extrema relevância para a autonomia nacional na produção de medicamentos. Desta forma, os pacientes que têm a doença de Parkinson poderão se beneficiar e ter acesso ao tratamento. Estamos muito orgulhosos dessa parceria na medida em que pudemos contribuir com o sistema de saúde brasileiro através do nosso propósito de garantir acesso à saúde a todos os brasileiros e brasileiras”, comemora.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que mais de 200 mil pessoas convivem com a enfermidade no Brasil.

“Essa PDP trouxe muitos benefícios, tanto em tecnologia, quanto pela ampliação do acesso ao tratamento de ponta por usuários do SUS acometidos por esta enfermidade. O medicamento oferece benefícios ao paciente, uma vez que estabiliza a doença e propicia melhor qualidade de vida. Por outro lado, a nacionalização deste IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) por uma farmoquímica nacional garante o fornecimento de um produto de qualidade, seguindo as regras sanitárias da Anvisa, fortalecendo nossa capacidade de absorção de tecnologias e gerando emprego e mão-de-obra qualificada no Brasil”, ressalta Jorge Mendonça, diretor de Farmanguinhos.

Dentre os presentes no evento, estiveram o ministro da Saúde Marcelo Queiroga, o presidente da Boehringer Ingelheim no Brasil Marc Hasson, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, representando a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, o diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, o presidente da Nortec, Marcelo Mansur, o embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, dentre outras autoridades e lideranças.

Vice-diretor de Gestão da Qualidade de Farmanguinhos, Rodrigo Fonseca, Coordenadora de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos, Alessandra Esteves, vice-diretor de Gestão do Trabalho de Farmanguinhos, André Cordeiro, vice-diretora de Operações e Produção de Farmanguinhos, Elda Falqueto, presidente da Boehringer Ingelheim no Brasil, Marc Hasson, diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, ministro da Saúde Marcelo Queiroga, embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, secretário de vigilância em saúde, Arnaldo Medeiros, e o secretário executivo da saúde, Rodrigo Cruz. (Foto: Nicolas Reith)

Farmanguinhos recebe visita de representantes da alemã Merck KGaA

O encontro teve como objetivo acompanhar a fabricação do lote de engenharia do Praziquantel Pediátrico, bem como alinhar assuntos técnicos e analíticos do medicamento

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) recebeu a visita de representantes da parceira alemã Merck KGaA como parte de uma das etapas para a produção do L-Praziquantel 150mg, fruto do Consórcio Internacional Praziquantel Pediátrico. O encontro teve como objetivo acompanhar a fabricação do lote de engenharia do medicamento, indicado para tratar a esquistossomose em crianças, bem como confirmar de todos os parâmetros e a viabilidade do processo de produção e de embalagem na unidade.

A próxima etapa será a confecção dos lotes de desempenho, que servirão para compor o dossiê de registro do medicamento para submissão à Agência Regulatória Europeia (EMA) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além da pré-qualificação junto à Organização Mundial da Saúde (OMS). A previsão é de que o L-Praziquantel 150mg seja disponibilizado em 2024.

“Além de reuniões com as áreas técnicas para alinhar processos analíticos, os representantes visitaram as instalações fabris e alguns laboratórios. Um dos dias foi reservado para acompanhar algumas etapas de fabricação de um lote de engenharia do L-Praziquantel, que foi produzido neste período”, explica o gerente do projeto na unidade, Daniel Lacerda.

Segundo Lacerda, o próximo passo será a Merck enviar a carta de intenção de submissão de registro à Agência Regulatória Europeia, ainda neste mês.

“A submissão final deste dossiê ocorrerá em novembro deste ano. Para isso, temos que fechar diversas documentações e atividades necessárias, como a produção dos três lotes pilotos para validação do processo de fabricação, previstos para serem realizadas entre julho e outubro. Além de compor a documentação de registro no EMA e, posteriormente, da Anvisa, estes lotes serão distribuídos pelo Consórcio na África para a utilização em um estudo de implementação do medicamento naquele território”, ressalta.

O L-Praziquantel é um comprimido dispersível em água, que facilita a sua administração em crianças menores de seis anos de idade. Até então, o medicamento disponível para essa enfermidade não tinha uma versão adequada para esse público, o que dificulta o tratamento contra a doença, que pode levar à anemia, raquitismo, deficiência na capacidade de aprendizado e inflamação crônica dos órgãos, podendo ser fatal nos casos mais graves.

Ao participar do Consórcio Internacional Praziquantel Pediátrico, Farmanguinhos contribui para erradicação desta doença que acomete milhões de pessoas no mundo. Com isso, atende sua missão institucional, como também uma das expectativas de sua visão, que é ser reconhecida por organismos nacionais e internacionais como centro estratégico de desenvolvimento tecnológico e produção de medicamentos.

Emoção marca formatura da 1ª turma da residência multiprofissional de Farmanguinhos

Após dois anos de aulas teóricas e práticas, a cerimônia celebra a conclusão do pioneiro curso para atuação na área de insumos para o SUS

No dia 23 de março, foi celebrada a formatura da primeira turma da Residência Multiprofissional em Tecnologias Aplicadas à Indústria Farmacêutica (ResidTAIF) do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), primeira do Brasil com um escopo voltado para atuação na área de insumos para o Sistema Único de Saúde (SUS). A cerimônia virtual, transmitida pelo canal da unidade no Youtube, foi conduzida pela coordenadora de Educação da unidade, Mariana Souza, e contou com a participação das formandas Dandara Oliveira, Maria Luiza Oliveira, Mylla Santos, Naína Monsores e Paloma Losso, além da Diretoria de Farmanguinhos, representantes da Presidência da Fiocruz, coordenadores do curso, docentes, familiares e amigos das egressas.

A mesa da solenidade foi composta pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado, pela coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, pela coordenadora adjunta das Residências da Fiocruz, Adriana Coser, pela Diretoria de Farmanguinhos, representada pelo diretor Jorge Mendonça, pela vice-diretora de Educação, Pesquisa e Inovação (VDEPI) da unidade, Núbia Boechat, pelo coordenador do curso, Eduardo Sousa, e pela coordenadora adjunta da Residência, Alessandra Viçosa.

De acordo com Eduardo Sousa, para chegar a esse grande momento final foi preciso percorrer uma longa jornada.

“É uma alegria muito grande estar aqui hoje, formando essa primeira turma. O tempo passou muito rápido, desde quando nós pensamos em conceber o curso, em 2019. A Mariana me ligou fazendo essa proposta desafiadora. Topei na hora, mesmo sem ter ideia de como começar. Fomos à luta. Criamos o curso, enfrentamos as dificuldades, conseguimos a aprovação e ainda conquistamos as bolsas. Tivemos apoio da diretoria de Far e da Fiocruz. Depois de tudo, veio a pandemia e com ela mais um desafio a ser enfrentado. Muitas dúvidas e ansiedade. Com o tempo, as coisas foram se encaixando e tudo deu certo“, lembra o coordenador da ResidTAIF.

A “madrinha do curso”, Adriana Coeser, contou um pouco de como foi esse de construção do curso.

“De pronto, vocês não só priorizaram junto à direção de Far, mas vocês se disponibilizaram a participar do fórum de coordenadores de residência. Então, antes de passarem pelo processo de credenciamento de oferta junto à submissão da comissão de residência multi do MEC, Mariana e Eduardo passaram a viver a dinâmica do que seria o curso, os trâmites, os processos e os desafios. Isso foi um aprendizado, já que a Residência tem suas peculiaridades e essa disponibilidade foi fantástica e nos permitiu apoiá-los e obter êxito. Os resultados que a gente pode vivenciar com a primeira turma é o efeito demonstração de que é importante, que é uma modalidade formativa que tem um valor de uso para o Sistema Único de Saúde”, expôs Adriana.

Cristiani Machado relatou a emoção de ver a primeira turma a se formar.

“Estou bastante emocionada de estar aqui hoje, pois acompanhei esse processo desde o início do projeto. Quero parabenizar a todos os envolvidos de Farmanguinhos neste curso, que é de tamanha relevância. Parabenizo também as especialistas por mais essa etapa na trajetória profissional de vocês. É um curso que me comove muito, pois eu fui residente e sei como é essa transição da nossa vida de graduada para o mercado de trabalho. É o primeiro momento que a gente se vê nesse lugar, que muitas vezes nos traz inseguranças e incertezas. Mas é um momento de profunda aprendizagem. Essa Residência é extremamente inovadora, única do país em Tecnologias Aplicadas à Indústria Farmacêutica. Tenho muito orgulho de ter acompanhado esse processo. Que venha a próxima turma!”, declarou Cristiani.

Quem seriam aquelas pessoas? Com que tipo de público estávamos lidando? Quem eram aquelas jovens que acreditavam no nosso curso? Essas foram algumas das perguntas que passavam pela cabeça de Mariana Souza. A coordenadora lembrou da fase das entrevistas, quando teve o primeiro contato com as egressas.

“O que me marcou mesmo foi o brilho nos olhos, a vontade de mudar o mundo, que estavam ali para atuar com e para a sociedade. O frescor e animação da juventude eram elas. E assim começamos a nossa residência multiprofissional: com coragem frente ao inédito, o desafio do cenário, a fé nas instituições, o foco no futuro e a certeza do SUS”, demonstrou Mariana.

Oradora da turma, Naína Monsores, contou como foi a experiência de participar dessa turma piloto.

“Foram dois anos de muitas lutas e muita coisa nova para todos nós. Ninguém sabia como ia ser. Nós entramos e saímos na pandemia. Enquanto todo mundo precisa se distanciar, nós estávamos tentando entrar na fábrica para poder, finalmente, fazer as aulas práticas e trabalhar para o SUS. Dessas cinco mulheres nasceu a primeira turma de residência e juntas nós crescemos pessoal e profissionalmente. Hoje eu vejo claramente que a gente conseguiu trilhar um caminho bem legal por todas as áreas que passamos. Eu só tenho a agradecer pela oportunidade. Parabéns a todas nós”, relatou a formanda.

Representando os docentes, Maraísa Gambarra parabenizou as formandas pela conquista de terem concluído a residência e pelo excelente trabalho desempenhado nesses dois anos de curso.

“Durante esse período, eu tive a oportunidade de participar ativamente como tutora da Naína, onde nós implementamos juntas o projeto de integridade de dados do campus CTM. Também atuei como orientadora, da Mylla Santos, que abordou a verificação continuada. Com essas atividades, eu pude acompanhar muito de perto o desenvolvimento das residentes e do próprio curso. Elas entraram em um ótimo momento, na implementação da RDC 301, em que Farmanguinhos estava repleto de muitos projetos, com muita coisa inovadora a ser instaurada. Com isso, grandes projetos foram implementados pelas residentes. Parabéns às formandas e a todos os envolvidos na estrutura do curso, que fazem a residência acontecer”, felicitou.

Bons frutos – O diretor Jorge Mendonça comentou as suas perspectivas em relação às formandas.

“Parabenizo as alunas por tamanha dedicação. É uma turma elogiada por todos. Espero que vocês levem um pouquinho daquilo que a gente acredita que seja o SUS, como compromisso, saúde, oportunidades de acesso aos medicamentos e às informações de qualidade, que a população tanto precisa e carece”, pontuou o diretor.

Cristina Guilam realçou os benefícios e as conquistas do curso.

“Esse é um exemplo de sucesso para todos. Para as residentes, para quem o curso abriu portas, já que todas estão recolocadas no mercado de trabalho. É para Farmanguinhos e para a Fiocruz. É a aplicação imediata do conhecimento acadêmico na realidade do SUS e no crescimento desse sistema. Também é um sucesso para a Coordenação-Geral de Educação, que cada vez mais se aproxima dessa modalidade tão preciosa de educação/trabalho. Então, é uma situação que temos muito a festejar. Desejo muito sucesso a todas”, evidenciou Cristina.

Núbia Boechat destacou o sucesso do curso.

“Fico muito satisfeita de a gente ter chegado até aqui. A Residência em Farmanguinhos traz um ótimo retorno para a fábrica. Parabenizo todas as residentes por terem sido brilhantes e fazerem com que nós tivéssemos fôlego para iniciar uma nova turma. Agradeço a toda equipe envolvida diretamente nesse curso por todo empenho e dedicação. O sucesso dessa primeira leva de residentes permitiu que nós recebêssemos mais uma turma”, assinalou Núbia.

De acordo com Mariana Souza, a intenção era que as residentes pudessem vivenciar e experimentar a indústria farmacêutica, além de deixar um legado a partir de um projeto de intervenção.

“Não queríamos que as profissionais passassem passivamente pela experiência da fábrica, sem se integrar e sem fazer parte dela. De alguma forma, elas tinham que deixar um pedacinho de si. Foi uma aposta alta, mas que as formandas bancaram e fizeram com maestria. Ouso dizer que elas colocaram o sarrafo lá em cima, deixando um legado e uma responsabilidade grande de superação para a próxima turma”, concluiu Mariana.

Eduardo Sousa enfatizou os resultados obtidos com a Residência.

“Três das residentes foram efetivadas em Farmanguinhos. A Maria Luiza, como bolsista Fiotec do LDVA (CDT), e a Mylla e Dandara como analistas da Qualidade, no Departamento de Controle de Qualidade da VDGQ. Agora, a minha expectativa é ainda maior para a próxima turma”, frisou.

Os novos residentes foram recebidos na unidade pelo coordenador do curso, Eduardo Sousa.

Nova turma – No início de março, Farmanguinhos recebeu os cinco alunos que compõe a segunda turma da ResidTAIF. Ao longo de dois anos, Catarina Caetano, Emanuelly Tameirão, Nathália Campos, Lucas Magalhães e Lucas Porto passarão por áreas como Qualidade, Produção e Desenvolvimento e escolherão a de maior interesse para o Trabalho de Conclusão de Residência.

A cerimônia completa pode ser assistida no canal de Farmanguinhos no YouTube: clique aqui e confira!

Abertura do ano letivo em Farmanguinhos

Transmitida pelo canal da unidade no Youtube, Dr. Rui Ferreira fez um panorama da Química Medicinal no século XXI, mostrando sua evolução, desafios e perspectivas

No dia 09/03, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) promoveu a aula inaugural online, para dar início ao seu ano letivo. Ministrada pelo Dr. Rui Ferreira Alves Moreira, do Departamento de Ciências Farmacêuticas e do Medicamento da Universidade de Lisboa, a apresentação teve como tema a Química Medicinal no século XXI: onde está e para onde vai, exibindo um retrospecto da matéria e as suas perspectivas. O evento foi transmitido pelo canal da unidade no YouTube e contou com mais de 100 participantes.

A mesa de abertura foi composta pela coordenadora da área de Educação de Farmanguinhos, Mariana Souza, pela vice-diretora de Educação, Pesquisa e Inovação (VDEPI) da unidade, Núbia Boechat, pela pesquisadora e líder do Laboratório de Síntese de Fármacos (LASFAR) do Instituto, Mônica Bastos, pela Pró-reitora da Fundação, Eduarda Cesse, e pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado.

Mariana Souza abriu o evento avaliando o ano letivo anterior e apontando suas perspectivas para 2022.

“É um momento extremamente importante, onde realmente estamos olhando para os desafios que tivemos em 2021 e com a esperança do que encontraremos em 2022, apesar do cenário ainda ser muito incerto. Motivo de orgulho porque nós fomos além de Farmanguinhos. Nós passamos o muro da unidade e atuamos ativamente com os nossos colegas da Fiocruz, compartilhando e criando inovações pedagógicas e de gestão educacional. Esperamos que, em 2022, possamos continuar plantando as sementes e colhendo os frutos. Eu queria aproveitar e destacar uma conquista, que é a conclusão da primeira turma de Residência Multiprofissional em Tecnologias Aplicadas à Indústria Farmacêutica, agora em março. Nós, do Departamento de Educação, desejamos a todos um bom ano de 2022”, evidenciou.

Núbia Boechat agradeceu ao palestrante por ter aceitado o convite para ministrar a aula, apresentou os cursos ofertados por Farmanguinhos e destacou a relevância do tema.

“A aula inaugural de hoje contempla todos os cursos da unidade. Agradeço ao professor Rui pela disponibilidade de nos trazer esse tema tão importante, que é a Química Medicinal hoje e o que se espera para o futuro, pois temos uma grande quantidade de pessoas que trabalham nesta área em nosso Programa Acadêmico”, assinalou.

Eduarda Cesse reforçou a atuação da Fundação para oferecer condições seguras para os alunos e lembrá-los que o Centro de Apoio ao Discente (CAD) está à disposição para todos.

“É uma felicidade iniciar mais um ano com vocês. Estamos vivendo um momento de transição, devido à pandemia, que tem nos desafiado bastante. Agora, no novo cenário, estamos tentando organizar esse momento de início de ano letivo na Fiocruz, de tal forma que possamos oferecer condições aos alunos de estarem entre nós com segurança, já que estamos em um quadro muito melhor da pandemia. É muito importante lembrar que temos o CAD, que está de portas abertas para recebê-los e, em conjunto com vocês, estar atento às questões que trazem vulnerabilidade aos nossos alunos e tentar remi-las”, ressaltou.

Cristiani Machado ressaltou a atuação do Instituto no âmbito educacional e deixou um recado para os professores e alunos dos cursos da unidade.

“Farmanguinhos tem um trabalho fundamental para o Sistema Único de Saúde, é uma unidade da qual a Fiocruz se orgulha muito, como um laboratório de produção de medicamentos e que está atrelada à pesquisa, ao desenvolvimento, à inovação tecnológica e às atividades educacionais. A Educação está presente em todas as unidades da Fundação, inclusive nas que são produtoras, pois não só fabricamos medicamentos, como também formamos pessoas. É muito importante formar pessoas qualificadas nessa área, com tantos desafios e relevância estratégica para qualquer sistema de saúde do mundo e para o bem-estar da população. Sejam muito bem-vindos e aproveitem todo o potencial que Farmanguinhos tem para o desenvolvimento profissional de vocês. Contem conosco”, frisou.

O palestrante foi apresentado pela pesquisadora Mônica Bastos, que apresentou o currículo do convidado e destacou algumas de suas conquistas profissionais.

No início de sua apresentação, Dr. Rui abordou a diferença entre a Química Medicinal (Medicinal Chemistry) e a Biologia Química (Chemical Biology), mostrando os pontos divergentes e convergentes entre elas.

“Existe um contínuo entre as duas e isso já foi assumido pela Integração Europeia de Química Medicinal, que agora destinou Química Biológica ao seu nome. De fato, existe uma incorporação da biologia de uma maneira estruturada na química, mas com focos diferentes”, explicou.

Com relação as estratégias de identificação de hits, o convidado fez uma comparação entre a avaliação fenotípica e a avaliação baseada em alvos moleculares, além de dar exemplos de ensaios relevantes para descobrir novas moléculas e avanços em estudos clínicos, como Fulvestrant (Faslodex®) para o câncer, Lubiprostone (Amitiza®) para o tratamento gastrointestinal, Ranolazin (Ranexa®) para problemas cardiovasculares e Ridisplam para desordem neuromuscular. Dr. Rui também apresentou as tecnologias de identificação de alvos moleculares.

“Os aspectos de identificação de hits são apresentados em estudos de avaliação biológica, de média e alta cadência, em duas vias principais. A avaliação fenotípica, que olha a função em primeiro lugar, normalmente em célula, ou eventualmente em organismos, e depois realiza a convolação do mecanismo de ação. Em sentido oposto tem a análise baseada em alvos moleculares, cuja preocupação é logo identificar compostos com mecanismos de ação”, elucidou.

O palestrante também expôs as novas modalidades terapêuticas. Trata-se das moléculas quiméricas dirigidas a O palestrante também expôs as novas modalidades terapêuticas. Trata-se das moléculas quiméricas dirigidas a proteínas (Proteolysis-Targeting Chimaera), conhecidas como PROTACS. Elas podem ser utilizadas como novos agentes terapêuticos para a eliminação de proteínas envolvidas com patologias, como o câncer e doenças neurodegenerativas.

Por fim, Dr. Rui concluiu a aula fazendo um resumo de tudo o que foi dito durante o encontro. Em seguida, interagiu com o público e respondeu às perguntas encaminhadas pelos participantes no chat.

Clique aqui e confira a aula na íntegra.Aproveite para se inscrever no canal de Farmanguinhos no Youtube e ativar o sininho para receber as notificações de novos vídeos e atualizações dos conteúdos.

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