Família. Esta palavra não só define o nosso entrevistado do Gente de Far, mas também é um dos motivos que o move. Em seu tempo livre, ele gosta de estar com os filhos, Bruna e Lucas, e com a esposa Luciana, com quem é casado há 22 anos. Sua fonte de inspiração? Nada menos do que seus pais, de quem ele tanto sente admiração. E se o assunto for legado? A resposta está em Eduardo, seu irmão caçula, que seguiu sua profissão (Químico). Conheça a história e a trajetória profissional de Alexandre Costa, do Serviço de Bioprocessos.

Nascido no Rio de Janeiro, o filho mais velho de Antônio e Ciléia teve uma infância normal, ao lado dos irmãos Leandro e Eduardo. Gostava de jogar bola na praça e de brincar de bola de gude, pique-esconde e de polícia e ladrão. Outra diversão era ir para o sítio do avô, no interior de Japeri, onde tomava banho de cachoeira, de rio e, ainda, subia em árvores.

Já na adolescência, Alexandre tinha outro hobby: consertar as coisas, principalmente eletrônicos. Ele tinha vários equipamentos em casa, como placas, alicates e ferro de solda. Costumava se distrair fazendo circuitos. Nesta época, ele pensava em seguir carreira nesta área. Entretanto, não foi o que aconteceu.

A paixão pela química, uma de suas matérias favoritas, ao lado de matemática e física, o levou a fazer o ensino médio técnico na Escola Técnica Federal de Química. Lá, fez o curso técnico de Biotecnologia, que estava sendo implementado no Brasil na época e era muito promissor, já que estava sendo considerada a profissão do futuro. E foi nesta área que Alexandre tem desenvolvido e consolidado a sua carreira. Além de Técnico em Biotecnologia, ele é Mestre em Polímeros pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Químico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Sobre sua experiência profissional, ele começou sua trajetória em um laboratório de genealogia, que realizava análise de DNA, onde ficou cerca de um ano. Em seguida, trabalhou na Merck, atuando por 15 anos, como pesquisador e desenvolvedor de produtos naturais.

Foi nessa indústria que viveu um dos momentos mais marcantes da sua profissão: um princípio ativo antiinflamatório que foi incorporado a um creme tem seu nome na patente do método de extração. Trata-se do tilirosideo. Na ocasião, ele participou de todo o processo de extração e purificação do princípio ativo da planta, desenvolveu a escala de laboratório e a piloto. Posteriormente, foi para a fábrica da empresa em São Luís, no Maranhão, para treinar os colaboradores para rodar o produto em escala industrial e produzir três lotes para avaliação, além de, em paralelo, estar envolvido com todos os trâmites que envolvia tal método (custos, matérias-primas, qualidade, logística etc).

“Foi um desafio muito grande, não somente por todo trabalho envolvido, mas também por ser a primeira vez que eu fiquei exposto a esse tipo de situação. Eu estive envolvido em todo o processo e fiquei responsável pela maior parte dele, inclusive em relação à produção. Eu agia como um ponto de interseção entre as áreas. No fim, de tudo certo Os lotes foram aprovados”, conta.

Depois da Merck, Alexandre trabalhou por dois anos e meio numa indústria química de polímeros. Logo após, em 2012, chegou em Farmanguinhos para compor a equipe do Serviço de Bioprocessos, ligado a Coordenação de Desenvolvimento Tecnológico (CDT), lotado no campus Manguinhos.

“Eu vim com a proposta inicial de atuar no Projeto Insulina, uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo com a empresa Indar para absorção de tecnologia. Com isso, eu e meus colegas de equipe fomos algumas vezes para a Ucrânia para recebermos treinamento dos processos. Foi uma experiência enriquecedora. Em Far, minha rotina é dinâmica e ligada aos projetos do laboratório. Nossa equipe é multidisciplinar e altamente qualificada, o que permite uma troca de experiência engrandecedora. Hoje, além do projeto insulina, que já se encontra em fase de finalização, eu também atuo em dois novos projetos do setor, onde pesquiso métodos de purificação e de análises dessas biomoléculas”, enfatiza.

Alexandre com a equipe do Serviço de Bioprocessos

Além da química, o que mais faz os olhos de Alexandre brilharem? Acertou quem disse sua família! Como dito na introdução, são essas pessoas que fazem a vida dele ter sentido… “Eu vivo o meu sonho, que era ter uma família bem constituída. Não há prazer maior pra mim do que estar com a minha família, de curtir meus filhos, de viajar com eles. Todas as noites nos reunimos para agradecer a Deus e também para pedir graças para o dia seguinte”, revela.  

E a gratidão não para por aí, Alexandre também se orgulha de seus pais e comenta o quanto eles o inspiraram: “Tenho muita admiração pelo meu pai, por toda sua determinação e luta. Já a minha mãe, muito me influenciou a ser quem eu sou hoje, no que diz respeito aos estudos e em meu caráter.

Por fim, após conhecer a história de Alexandre, não há como não lembrar do autor britânico Sir John Bowring, que disse: “Uma família feliz nada mais é que o paraíso antecipado”. Sem dúvidas, a maior riqueza do nosso entrevistado.