Autor: Assessoria de Comunicação (Página 3 de 7)

Delegação de Farmanguinhos cumpre agenda em Portugal e Alemanha

A equipe se reuniu com órgãos governamentais e universidades a fim de fomentar cooperações nas áreas acadêmica e de fornecimento de medicamentos

Jorge Mendonça e delegação do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) cumpriram agenda de compromissos em Portugal e Alemanha. A viagem incluiu reuniões com instituições acadêmicas e órgãos do governo português, além da participação da unidade na CPhI, principal feira internacional nas áreas farmacêutica e farmoquímica que, neste ano, foi realizada em Frankfurt, importante centro econômico e industrial alemão.

A CPhI é a principal feira internacional voltada para as indústrias farmacêutica e farmoquímica. Anualmente, o evento reúne fabricantes e fornecedores de máquinas, equipamentos e embalagens, abrangendo todas as etapas da cadeia de suprimentos farmacêuticos. O diretor Jorge Mendonça, a vice-diretora de Operações e Produção (VDOP), Elda Falqueto, a coordenadora de Desenvolvimento Tecnológico (CDT), Alessandra Esteves, o vice-diretor de Gestão da Qualidade (VDGQ), Rodrigo Fonseca e o pesquisador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), Jorge Magalhães, representaram a unidade no estande da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), onde puderam apresentar o Instituto e estreitar relacionamentos com fornecedores do segmento.

Parcerias em Portugal – A delegação de Farmanguinhos em Portugal foi composta pelo diretor Jorge Mendonça, pelas servidoras Tereza Santos e Daniela Rangel – da Coordenação de Empreendedorismo e Assistência Farmacêutica (Ceaf), Soraya Mileti (coordenadora de Assuntos Regulatórios), e pelo servidor Jorge Magalhães (coordenador do acordo de Farmanguinhos com as instituições portuguesas).

A agenda no país lusitano incluiu reunião com o Ministério da Saúde português e a Embaixada do Brasil, na qual se discutiu o acordo já estabelecido entre a unidade, a Fiocruz e instituições portuguesas, além do projeto de fornecimento de medicamentos para Portugal. Total apoio foi dispensado a Farmanguinhos.

No segundo dia, Mendonça ministrou palestra no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) da Universidade Nova de Lisboa sobre o tema “Do protótipo ao medicamento: Farmanguinhos/Fiocruz – Instituição de ciência, tecnologia, educação e produção para o Sistema Único de Saúde (SUS)”. A palestra foi dirigida aos acadêmicos em geral sob direção do Professor Catedrático Henrique Silveira da Unidade de Ensino e Investigação do IHMT. O vice-diretor do IHMT, Miguel Viveiros, agradeceu a presença e parceria de longa data com Farmanguinhos. A delegação se reuniu ainda com representantes da Ordem dos Farmacêuticos de Portugal. O dirigente da entidade, Heldér Mota, se colocou à disposição para auxiliar nas articulações.

Na Universidade de Aveiro, a comitiva de Far se encontrou com vice-reitores de diferentes pastas, em cuja reunião foram reafirmados o acordo existente, o apoio às potencialidades de Farmanguinhos presentes no fornecimento de medicamentos. Foram também estreitados estudos iniciais na área de mercado e afins, já em andamento, com disposição para que se intensifique uma agenda comum até o primeiro trimestre de 2023.

Ainda no país ibérico, a equipe de Farmanguinhos visitou o Infarmed – Autoridade Nacional de Medicamentos e Produtos de Saúde, vinculada ao Ministério da Saúde – similar à Agência Regulatória brasileira (Anvisa). Na ocasião, os diretores apresentaram e esclareceram todos os procedimentos referentes a registro, comercialização, farmacovigilância e demais temas regulatórios com vistas ao fornecimento de medicamentos para Portugal e União Europeia. O presidente do órgão, Rui Santos Ivo, colocou toda equipe à disposição para os avanços que se fizerem necessários para a unidade.

Próxima palestra do Centro de Estudos (07/12)

Evento abordará Fundamentos de Reologia e aplicações em impressão 3D. Clique na imagem para assistir pelo Youtube de Farmanguinhos

Fiocruz e Instituto Servier firmam parceria para prêmio em oncologia

No total, serão destinados 150 mil euros (cerca de R$ 840 mil) para três projetos de pesquisas inovadores voltados para o tratamento do câncer. A previsão é de que o edital seja lançado até o final de janeiro de 2023

Ana Paula Blower (Agência Fiocruz de Notícias)

A Fiocruz e o Instituto Servier assinaram (23/11) um memorando de entendimento que estabelece as bases para a cooperação técnica para a realização da 2ª edição do Prêmio Internacional Fiocruz/Servier, sendo o primeiro no campo da oncologia. No total, serão destinados 150 mil euros (cerca de R$ 840 mil) para três projetos de pesquisas inovadores voltados para o tratamento do câncer. A previsão é de que o edital seja lançado até o final de janeiro de 2023. 

O prêmio, que é mais uma parceria entre a Fundação e o instituto francês, tem o objetivo de promover e incentivar a pesquisa, estimulando trabalhos que foquem no desenvolvimento de terapias para o benefício dos pacientes com câncer. O valor será destinado aos projetos selecionados para colaborar com o seu desenvolvimento ao longo de dois anos. A Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC) e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) farão parte do processo de seleção dos vencedores. 

O memorando foi assinado pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, e pelo vice-presidente global de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto Servier, Claude Bertrand. Uma delegação da Fundação e da instituição francesa acompanhou a cerimônia de assinatura, com a participação do diretor geral da Servier do Brasil, Mathieu Fitoussi, e de profissionais da área de Pesquisa. 

Reforço de parcerias – Na ocasião, Krieger fez uma apresentação da Fiocruz, expondo a complexidade de operações e de atuação da Fundação no sistema público de saúde brasileiro, da pesquisa básica até a produção de medicamentos e vacinas e o atendimento a pacientes em hospitais. Ele também destacou o histórico da cooperação entre a Servier e a Fiocruz e as perspectivas de avanço em parcerias estratégicas, como a expansão da parceria com o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) para a produção do medicamento Vastarel 80 para os novos medicamentos desenvolvidos em micropellets. Outra ampliação de parceria tem relação com a Open Innovation/TT da Pegaspargase, feita com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Trata-se de uma transferência de tecnologia por meio de Inovação Aberta, ou seja a Fiocruz terá acesso ao portfólio de inovação da Servier, podendo participar das iniciativas.

“Com esse prêmio que vamos lançar, poderemos apoiar projetos iniciais não só na Fiocruz, mas em toda a área da oncologia, compreendendo todo o sistema de ciência, tecnologia e inovação brasileiro”, afirmou Krieger durante a cerimônia, ressaltando a parceria de mais de dez anos com a Servier: “Com mais esse projeto, formamos com a Servier um guarda-chuva muito importante de ações para a Fiocruz e para a sociedade brasileira”.

Diretor geral da Servier do Brasil, Mathieu Fitoussi também ressaltou as parcerias já em curso com a Fundação e as perspectivas da Servier Brasil para a cooperação, destacando a importância de seguirem ampliando e aprofundando os projetos. “A cooperação entre a Fiocruz e a Servier é especial. Há vários pontos de conexão entre as instituições. São duas fundações comprometidas com a melhoria da assistência médica e com a excelência em pesquisa. A presença desta comitiva é uma demonstração da importância da nossa parceria com a Fiocruz”, apontou o diretor.

Em sua fala, Claude Bertrand deu uma breve visão institucional das atividades de pesquisa e parcerias da Servier no mundo e ressaltou que os beneficiários da instituição são os “pacientes”. “Nós estamos sempre em busca de excelência em pesquisa e, por isso, estamos aqui. É importante construir uma parceria de longo prazo e nós trabalhamos há muitos anos com a Fiocruz com os parâmetros da confiança e de competência de alto nível nos dois lados”, destacou. “Vamos ampliar nossos esforços na área da oncologia e, por isso, estamos realizando esse prêmio, que é parte da nossa missão de promover educação”.

Bertrand agradeceu ainda “pelo que foi feito no passado, pelos avanços construídos hoje e pelas futuras colaborações” entre a Servier e a Fiocruz em prol dos “pacientes ao redor do mundo que aguardam soluções terapêuticas melhores”. 

Primeira edição do Prêmio Fiocruz/Servier – Em 2018, foi realizada a primeira edição do Prêmio Fiocruz/Servier, voltado para pesquisa em neurociência. Os vencedores foram Stevens Rehen, do Instituto D’Or e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na categoria Neurociência e infecção por vírus zika, e Flávia Gomes, da UFRJ, na categoria Neuroinflamação e distúrbios de neurodesenvolvimento.

Próxima palestra do Centro de Estudos de Farmanguinhos (30/11)

Evento abordará Ciência Regulatória no contexto da assistência farmacêutica. Clique na imagem para assistir pelo Youtube

Evento apresenta a trajetória de lutas de uma menina negra na Ciência

Mychelle Alves compartilhou sua história em palestra que marcou uma das ações de Farmanguinhos no mês da Consciência Negra

Por: Lean Marques e Alexandre Matos

Na última semana, Farmanguinhos promoveu a palestra Trajetória de uma menina negra até chegar a pesquisadora da Fiocruz, em homenagem pelo mês da consciência negra. Mychelle Alves, atual presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc), ministrou a apresentação, na qual detalhou as dificuldades e os obstáculos de uma mulher negra no mercado de trabalho. O evento foi organizado pelo Núcleo de Diversidade e Inclusão da unidade de forma presencial com transmissão pelo canal de Far no YouTube.

Durante o encontro, a palestrante relatou sua vivência, desde a origem, na favela Parque Proletário da Gávea, até os dias atuais. Mychelle é mestre e doutora em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, e chefe do Laboratório de Medicamentos, Cosméticos e Saneantes do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).

Na abertura do evento, o diretor Jorge Mendonça ressaltou a importância do tema e agradeceu a palestrante por compartilhar suas experiências pessoais e profissionais com a força de trabalho. “Que esta palestra sirva de incentivo para todos os nossos estudantes, bolsistas e estagiárias, que almejam suas oportunidades”, frisou.

Quero agradecer a Fátima Loroza, Gisele Moreira e todo o grupo de Farmanguinhos, não somente pela organização do evento, mas por todas as ações relativas ao mês da consciência negra. Aproveito a oportunidade para convidar para assistirem ao vídeo do Wilson (Feliciano), que mostra a trajetória dele na instituição. É uma história muito rica e que demonstra muito como a Fiocruz dá chance às pessoas de maneira integral”, destaca o diretor.

Para transformar a realidade – A palavra ciência derivada do latim scientia, que significa “conhecimento” ou “saber”. Por muitos séculos, a luz do conhecimento concentrava-se nas mãos masculinas, principalmente caucasianas, o que fez Mychelle, desde criança, questionar a falta de referências negras no nível superior. “Minha mãe era explicadora, ensinava crianças e adolescentes, mas não tinha frequentado uma faculdade”, observou.

Mychelle (a segunda da esq.), a trajetória da menina negra da comunidade até chegar a pesquisadora (Arquivo pessoal)

Determinada a mudar essa realidade, buscou seus sonhos desde cedo. Ingressou na Escola Técnica Federal de Química, atual Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ); em seguida, graduou-se em Engenharia Química pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Em 2003, ingressou na Fiocruz como terceirizada. Foi aprovada nos concursos públicos de 2006 e 2016. Concluiu mestrado e doutorado, ambos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, é pesquisadora do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz), com larga produção científica, e presidente do sindicato dos trabalhadores da Fundação (Asfoc).

Questão de igualdade – A pesquisadora detalhou as adversidades que vivenciou, nos âmbitos pessoal e profissional, por ser uma mulher negra. A palestrante observou ainda que, mesmo hoje, apesar de todos os avanços culturais e comportamentais, é necessário promover ações de afirmação e luta por igualdade de direitos. “Apesar de nós, mulheres, termos mais capacitação educacional do que os homens, conforme dados do IBGE, ainda somos minoria em cargos de chefia”, frisou.

Durante o evento, Mychelle reforçou suas lutas contra o racismo e o machismo impregnados na sociedade, e ressaltou a importância da discussão sobre o papel da pessoa negra na sociedade e, em especial, a mulher negra na ciência.  Dentre outros assuntos, a presidente do Sindicato ainda reiterou sua luta pelo fortalecimento da saúde pública e pelos trabalhadores da Fiocruz. Foram abordados temas como cotas raciais, as discrepâncias na relação de brancos e negros na educação, no mercado de trabalho e na ciência.

O mês da consciência negra marca a importância da reflexão e da conscientização em prol da igualdade racial. A pesquisadora destacou ainda que é o momento para se discutir, propor novas ações e posicionamentos por mudanças de modo a incentivar as novas gerações de pessoas negras sobre o seu papel transformador para uma sociedade igualitária capaz de oferecer oportunidades para todos.

Página 3 de 7