Mês: março 2018 (Página 2 de 3)

Um marco para a saúde pública nacional

Em maio de 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS) celebra 11 anos de produção pública do antirretroviral efavirenz

 

Em maio de 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS) celebra 11 anos do licenciamento compulsório do efavirenz. Trata-se do primeiro recurso legal desta natureza realizado no Brasil, o que permitiu a Farmanguinhos produzir este importante antirretroviral. Apesar de estar saindo do protocolo para a doença, atualmente, o efavirenz é usado por 55,4 mil pacientes que vivem com HIV/Aids no país, e a sua produção é considerada um marco para a unidade, que demonstrou sua capacidade de desenvolvimento tecnológico, e permitiu ao país negociar preços de outros medicamentos considerados estratégicos.

Licença compulsória – A especialista em propriedade intelectual, Wanise Barroso, explica a diferença entre licença compulsória e quebra de patente. Segundo ela, este segundo termo se popularizou de forma incorreta. “O que existe, na verdade, é o licenciamento compulsório. Previsto na Lei da Propriedade Industrial 9.279/96, esse recurso tem como objetivo sanar eventuais abusos cometidos pelo detentor da patente. Tal disposição faculta aos países a adoção de medidas para evitar o mau uso dos direitos oriundos da patente”, observa.

Neste sentido, a decisão do governo brasileiro na ocasião foi necessária em função dos altos preços praticados pela empresa que monopolizava a produção. A entrada de Farmanguinhos foi fundamental para assegurar o abastecimento da rede pública de saúde. Para se ter uma ideia, ao longo desses anos, Farmanguinhos já produziu quase 130 milhões de comprimidos do efavirenz na concentração 600 mg.

Além deste medicamento, o portfólio da unidade é composto por outros seis antirretrovirais que integram o coquetel antiaids: Atazanavir, Lamivudina, Nevirapina, Zidovudina, Lamivudina+Zidovudina e tenofovir+lamivudina. A lista vai crescer, uma vez que o Instituto participa de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para fabricação do emtricitabina+tenofovir, mais conhecido como truvada, usado na Profilaxia Pré-exposição ao HIV (PreP).

 

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Farmanguinhos promove encontro para discutir ações integradas de segurança

Na manhã do dia 6/3, a força de trabalho de Farmanguinhos se reuniu no Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM), em Jacarepaguá, para discutir ações integradas de segurança e minimização dos riscos.

O objetivo do encontro foi apresentar aos colaboradores as articulações que a Fiocruz tem realizado para revisar o plano de contingência da Instituição de modo a abarcar as peculiaridades de cada campus da Fiocruz.

A Coordenadora de Controles Operacionais de Farmanguinhos, Silvia Santos, iniciou a reunião ampliada apresentando a situação atual do entorno do CTM e destacou a falta de segurança no local, a aglomeração irregular de lixo e a falta de atendimento dos órgãos municipais e estaduais. Silvia registrou o intenso trabalho que a direção do instituto tem realizado para mitigar os riscos a que estão expostos a força de trabalho. Dentre as ações que Farmanguinhos vem realizando, estão a revisão do plano de contingência, alinhado com as ações da Fiocruz e a criação do plano de comunicação em segurança.

Além dos colaboradores e da diretoria de Far, estiveram presentes o Diretor da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe), Juliano Lima, o Diretor da Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic), Roberto Pierre Chagnon, o Coordenador de Cooperação Social, José Leonidio Santos, e ainda o Chefe de Gabinete da Presidência, Valcler Rangel.

Valcler destacou a responsabilidade de todos na questão da segurança e a metodologia de atuação da Fiocruz. Para ele, a Fundação precisa atuar de forma pragmática, com a revisão do plano de contingencia e, paralelamente, com a participação nas discussões políticas e estratégicas que visem solucionar o problema através do enfrentamento das deficiências de saúde, de educação e das diversas demandas sociais da cidade do Rio de Janeiro.

O CD-Fiocruz instituiu em 2017 um Grupo de Trabalho para tratar a questão da segurança e, recentemente, Farmanguinhos foi inserido ao grupo, registrou Juliano Lima.

O diretor do Instituto, Jorge Mendonça, lembrou do esvaziamento que tem acontecido no entorno do campus, com a saída das empresas vizinhas e relembrou as diversas ações sociais promovidas por Farmanguinhos na Cidade de Deus.

O público presente contribuiu com sugestões de comunicação em segurança e ressaltou a preocupação de todos com o crescimento desordenado das comunidades do entorno.

Da esquerda para direita, Coordenadora de Controles Operacionais, Silvia Santos, Diretor da Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic), Roberto Pierre Chagnon, diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, o chefe de gabinete da Presidência, Valcler Rangel, o Diretor da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe), Juliano Lima, e o Coordenador de Cooperação Social, José Leonidio Santos

Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF)

 

 

A farmacêutica Ana Carolina explica que o LTF está envolvido em todo ciclo de vida do medicamento (Foto: Alexandre Matos)

O Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF) é uma das áreas mais antigas de Farmanguinhos. Criado em 11 de maio de 1983, o setor traz uma característica singular: congrega desenvolvimento de novas formulações farmacêuticas e atua em praticamente todos os processos fabris antes de o medicamento entrar em linha de produção. Essa peculiaridade é tão marcante que muitos consideram o LTF uma espécie de fábrica em escala menor.

 

Estrategicamente implantado há quase 35 anos, o LTF inicialmente era denominado Setor de Farmacotécnica, passou a se chamar Farmacotecnia e, finalmente, pelo nome que o conhecemos hoje. Atualmente, está vinculado à Coordenação de Desenvolvimento Tecnológico (CDT) e continua exercendo função extremamente estratégica dentro da unidade, uma vez que, dentre outras atividades, é responsável pelo desenvolvimento de formulações e de processos produtivos para a fabricação de medicamentos.

 

“O LTF está envolvido em todo ciclo de vida do medicamento, desde o desenvolvimento até a fabricação. Estamos atuando o tempo inteiro em projetos que vão trazer o futuro para Farmanguinhos. De certa forma, somos o futuro da fábrica, porque os medicamentos que desenvolvemos hoje são os que estarão em linha amanhã”, frisa a farmacêutica Ana Carolina Felizardo Lima Almentero. Ela integra a equipe de 14 profissionais, no total, liderados pela servidora Juliana Johansson. Além de reproduzir todos os processos de fabricação de medicamentos na escala de desenvolvimento, o LTF também atua em eventuais desvios de produção e em melhorias de formulações já existentes.

 

O LTF é uma das áreas-chave para fazer acontecer a transferência de tecnologia – Ana Carolina

 

O LTF conta com um time altamente qualificado, considerado fundamental para que Farmanguinhos internalize tecnologia de medicamentos estratégicos para o país (Foto: Alexandre Matos)

Internalização de tecnologia – Esse time altamente qualificado, formado predominantemente por farmacêuticos, é fundamental para que Farmanguinhos internalize tecnologia de medicamentos estratégicos para o país a partir de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP).

 

“Prestamos todo o suporte técnico necessário para o sucesso da absorção tecnológica. Vamos ao parceiro conferir como é o processo produtivo, a tecnologia farmacêutica empregada, bem como os materiais e equipamentos utilizados. Juntamente com a equipe da Vice-diretoria de Operações e Produção (VDOP), da Coordenação de Gestão da Qualidade (CGQ) e Gerência de Projetos, analisamos a viabilidade da internalização do processo”, explica Ana Carolina.

 

Com a formalização das parcerias, o LTF atua também no ciclo produtivo. Na fabricação do lote piloto, por exemplo, fornece o suporte necessário para garantir que Farmanguinhos esteja reproduzindo o processo tal qual é feito no laboratório parceiro.

 

Instalações de ponta – Com instalações e equipamentos de ponta, a área tem capacidade para realizar misturas, granulações por via úmida e seca, secagem, compressão e revestimento. O Laboratório executa ainda atividades de controle em processo e estabilidade, essenciais para o desenvolvimento galênico e acompanhamento dos lotes experimentais.

 

O colaborador Evanil Borges durante a etapa de revestimento do Artesunato+Mefloquina (ASMQ), antimalárico que cura em até três dias (Foto: Alexandre Matos)

De acordo com Ana Carolina, o setor elabora toda documentação técnica de fabricação dos produtos em linha. “Os farmacotécnicos do LTF são responsáveis pela elaboração da ficha técnica, considerada um dos documentos mais importante da fábrica, uma vez que norteia o processo e os métodos de fabricação de medicamentos”, observa.

 

Em função dessas características, o setor mantém uma interação maior com departamentos da VDOP, da CGQ e da própria CDT. Por terem grande conhecimento em tecnologia farmacêutica e farmacotécnica, os profissionais da área são frequentemente convidados a ministrar aulas em disciplinas do Mestrado Profissional e da pós-graduação de Farmanguinhos.

 

Essa interação com outras áreas deve ser ampliada, já que a proposta da atual gestão de Farmanguinhos é aproximar a Pesquisa do Desenvolvimento Tecnológico. “O ideal seria, em algum momento, a VDEPI (Vice-diretoria de Ensino, Pesquisa e Inovação) transferir seus projetos de pesquisa para nós (CDT) desenvolvermos o medicamento e, por fim, nós disponibilizá-lo na Produção. Esse é o futuro que acredito que a unidade se encaminhará, pois já é um projeto que vem sendo trabalhado e é uma proposta do diretor Jorge Mendonça”, assinala a farmacêutica Ana Carolina.

 

 

Parte da equipe do LTF: Segundo plano (a partir da esq): Larissa Rienesl, Evanil Borges, Alexandre Carnevale, Maíra da Costa
Primeiro plano (a partir da esq): Ana Carolina Almentero, Mariana do Carmo, Karen Gonçalves, Ana Lucia Cerqueira e Andrea de Souza Lucas (Foto: Alexandre Matos)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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