Ricardo Medeiros explicou as relações existentes entre pessoas, processos, dados e coisas e o conceito de Internet de Tudo (IoE)/ Foto: Viviane Oliveira

Em um mundo cada vez mais dinâmico e tecnológico, a Saúde Coletiva não poderia ficar de fora do contexto virtual e das discussões acerca da internet das coisas, dos benefícios e dos entraves existentes entre as máquinas e as pessoas. O Abrascão abordou em uma das mesas redondas do dia 28/7, no Anfiteatro do Epidauro, o tema Saúde Coletiva e Informação e Tecnologia de Informação em Saúde (ITIS): o contexto da internet das coisas, com a Coordenação do professor de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas – SP, Álvaro Escrivão Junior.

Participaram da mesa, os docentes do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (PPGCI/IBICT-UFRJ), Marcelo Fornazin, doutor em Administração, e Ricardo Medeiros, doutor em Memória Social.

Medeiros iniciou a mesa com uma contextualização sobre a rede, as conexões e as possibilidades existentes. Ele ainda destacou a relação dos indivíduos com os dispositivos móveis, os quais reduzem a potência daqueles, tornando-se uma extensão das competências e memórias das pessoas.

O convidado explicou as relações existentes entre pessoas, processos, dados e coisas e o conceito de Internet de Tudo (IoE). Ao término da apresentação, Medeiros ressaltou o processo de digitalização da vida, com a transformação digital, o desenvolvimento de formas de ver, ser e saber medidas pelo digital.

Marcelo Fornazin apresentou o conceito de Internet das Coisas (IoT), da Sociedade da Informação e com exemplos práticos do cotidiano de todos, descreveu como ocorrem os descontos oferecidos através dos aplicativos e os acordos de “Ganha-ganha”, para outras instituições terem acesso à base de dados dos clientes. Fornazin citou a Cambridge Analytica, a qual faz raspagem nos dados para analisar e ver o comportamento das pessoas e, ainda, os debates éticos existentes, inclusive com os aplicativos da saúde, que repassam os dados dos usuários.

Para concluir, ele destacou o paradoxo da tecnologia, que em alguns momentos domina e em outros, liberta, sendo responsável pelo poder e transformação. “Construir a tecnologia é construir o nosso mundo, o nosso diálogo”, frisou Fornazin, que ainda comentou sobre a importância do debate público sem hierarquizar, incluindo sujeitos, de forma cooperativa, com efetividade e democratização.

Marcelo Fornazin destacou sobre a importância do debate público sem hierarquizar, incluindo sujeitos, de forma cooperativa, com efetividade e democratização. / Foto: Viviane Oliveira