Dengue, zika, chikungunya, tracoma, leishmaniose e esquistossomose foram abordados nos variados trabalhos apresentados / Foto: Viviane Oliveira

O sábado ensolarado em Manguinhos, as mesas redondas com importantes profissionais da área e as Comunicações Orais foram alguns dos destaques do penúltimo dia da Abrascão 2018. Foram apresentados 15 trabalhos sobre Arboviroses e outras doenças negligenciadas, no Auditório do INI e na parte da tarde, outra comunicação relevante abordou o tema Financiamento e abastecimento da assistência farmacêutica, com a demonstração de seis trabalhos, na Escola Politécnica.

Após as grandes epidemias, de Dengue, Zika, Chikungunya, e em seguida, de Febre amarela, instauradas em diversos estados brasileiros, a maioria dos trabalhos sobre Arboviroses teve o foco nos estudos de casos notificados, em estados como Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia, Pará, e até na República Dominicana. As preocupações mais destacadas foram com a dificuldade de diagnóstico, o negligenciamento da vacinação, atuação de vigilâncias epidemiológica e ambiental e a disseminação das informações para a população.

Algumas doenças negligenciadas foram temas dos trabalhos, como o tracoma, com alta incidência no Recife, os casos de leishmaniose na Amazônia, a leishmaniose visceral e a correlação com cães e gatos, e a esquistossomose. A falta de recursos para os diagnósticos, o gargalo existente entre academia, pesquisa, gestão e o setor de assistência, ações educativas, saneamento básico e projetos junto às Secretarias de Educação, Turismo e Saúde foram alguns desdobramentos dos trabalhos apresentados.

Financiamento e abastecimento da assistência farmacêutica foi o tema principal dos trabalhos, que abordaram pontos de vista, objetivos e metodologias diferentes / Foto: Viviane Oliveira

Financiamento e abastecimento da assistência farmacêutica – Os trabalhos relacionados ao tema exploraram variados assuntos relevantes, de classes terapêuticas, público-alvo e regiões diferentes. Destacaram-se algumas preocupações sobre a polifarmácia (uso de cinco medicamentos ou mais), quantidade de medicamentos usados de forma contínua, controvérsias nas indicações, o uso inapropriado de medicamentos e as formas de monitorar este uso e a não adesão ao tratamento.

Alguns trabalhos ainda observaram a importância e a qualidade do que é veiculado na internet, fazendo analogia com a lei que regulamenta a propaganda dos medicamentos, o uso de psicofármacos versus a medicalização social e ainda, a relação existente entre os contraceptivos e a adiposidade nas mulheres.