Além da apresentação dos trabalhos, a plateia pode interagir e levantar pontos para debate / Foto: Viviane Oliveira

O primeiro dia do 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão 2018) ratificou a diversidade de atividades, como mesas redondas, palestras, cursos, oficinas, reuniões e comunicações orais; de temas e de congressistas presentes. Uma Comunicação Oral de destaque do primeiro dia abordou o tema Diagnóstico e Prevenção do HIV: conhecimentos e práticas, e contou com a apresentação de seis trabalhos, realizados em diferentes estados brasileiros, como Porto Alegre, Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro, os quais instigaram um grande debate com a plateia.

Os trabalhos abordaram pontos de vista variados, de profissionais que atuam na ponta, e pesquisadores, porém com assuntos bem próximos, abordando os testes rápidos para HIV/ Aids, a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). Através dos trabalhos apresentados, podem-se conhecer comportamentos, necessidades, pontos em comum, problemáticas e conclusões, principalmente do público alvo principal envolvido, como homens que fazem sexo com homens, travestis e mulheres trans.

O enfermeiro e mestrando, Mateus Oliveira acompanhou os trabalhos e questionou alguns desdobramentos / Foto: Viviane Oliveira

Foram destacados como conclusões, pontos importantes como retenção e persistência ao PrEP, pouco conhecimento da PEP, mesmo já disponível desde 2010 no Sistema Único de Saúde (SUS), e, não menos importante, a importância da prevenção combinada.

Mateus Oliveira, Enfermeiro Obstétrico da Maternidade Odete Valadares, em Belo Horizonte (MG) e mestrando na Universidade Federal de São João del-Rei, participou pela primeira vez do Congresso e comentou sobre o assunto. “Por ser homossexual e ter amigos com HIV me interesso pelo tema. Antigamente, olhava ao redor e se visse dois amigos infectados era muito. Agora são uns dez. A comunicação tem que transcender do âmbito da pesquisa, da universidade e do serviço de saúde. Não basta saber o que é a PEP, mas saber onde tem um serviço de referência e se vai me acolher. Temos que rever estratégias e metodologias”, destacou o congressista.

Farmanguinhos fabricará medicamento para a PrEP – É importante lembrar que em março de 2018, Farmanguinhos formalizou cinco novas Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP), para fabricação de medicamentos para o SUS. Um destes medicamentos é o antirretroviral composto Emtricitabina+Tenofovir, mais conhecido como Truvada. Esta formulação é usada na PrEP como uma prevenção, que funciona como uma “barreira química”, contra o vírus HIV. Nestas novas parcerias estão incluídos produtos contra HIV/Aids, hepatite C e para evitar rejeição de órgãos transplantados.