Núbia Boechat e Marcus Nora são reconhecidos pela dedicação e importância para a pesquisa científica do Estado do Rio de Janeiro

A vice-diretora de Educação, Pesquisa e Inovação de Farmanguinhos, a pesquisadora Núbia Boechat, e o responsável pelo Departamento de Síntese de Substância no Combate a Doenças Tropicais, o pesquisador Marcus Vinícius Nora, foram contemplados com bolsa do edital Cientista do Nosso Estado (CNE). Trata-se de bolsa de incentivo à pesquisa concedida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) a pesquisadores de reconhecida liderança e importância.

O edital tem o objetivo de contribuir com os projetos de pesquisadores de referência, que possuem os méritos técnicos, científicos e com capacidade de orientar alunos de pós-graduação. Para as análises dos critérios de avaliação e exigências, as propostas passaram por quatro etapas: pré-qualificação; avaliação de mérito por um Comitê Especial de Julgamento de fora do estado do Rio de Janeiro, designado pela Diretoria da Faperj; priorização; e deliberação pela Diretoria da Fundação.

É a quarta vez que a vice-diretora de educação, Pesquisa e Inovação de Farmanguinhos, Núbia Boechat, conquista o edital. Segundo a pesquisadora, esse reconhecimento tem uma importância única por se tratar de um edital que contempla cientistas de todas as áreas do conhecimento e, também, por ser exclusivo para pesquisadores do Estado do Rio de Janeiro. “É o reconhecimento da nossa trajetória, da nossa bagagem científica, política e de formação de recursos humanos, que é avaliada em um universo múltiplo das ciências. É muito gratificante ser reconhecida dentre tantos outros pesquisadores da Fiocruz (RJ), principalmente por pertencer a uma Unidade que tem a produção como seu principal foco”, destaca.

Graduada em Farmácia, com mestrado em Síntese Orgânica e doutorado em Química e pós-doutorado realizado na Inglaterra, Núbia apresentou para o edital o projeto “Novos derivados de 8-aminoquinolinas como alternativa ao uso de primaquina e híbridos do imatinibe-bosutinibe para Leucemia Mieloide Crônica”.

De acordo com a pesquisadora, que atua em Farmanguinhos há 35 anos, o projeto contempla duas linhas de pesquisa. “Temos dois subprojetos, sendo o primeiro voltado para malária e o segundo para moléculas com atividade antiproliferativa para leucemia mieloide crônica (LMC). Os recursos do CNE são oferecidos como uma bolsa de bancada, então receberei mensalmente e poderemos utilizar de modo flexível, com o objetivo de dar agilidade ao processo de aquisição de materiais, de pequenas manutenções no laboratório e possibilitando a aquisição de equipamentos de pequeno e médio porte, visando atender as necessidades do projeto”, explica.

O CNE apresenta algumas exigências aos pesquisadores, como a realização de palestras, cursos ou exposições em escolas públicas dos níveis fundamental ou médio. “Isto é uma obrigação do bem e um grande desafio, pois faz com que o pesquisador, de alguma forma, incentive a ciência aos jovens das escolas públicas, além de também aproximar a sua pesquisa e a sociedade. Afinal, a pesquisa é financiada com os impostos pagos pela sociedade. Pretendo dar palestras em colégios ou realizar aulas de reforço em química para os alunos que prestarão o Enem. A ideia seria abordar temas acerca da saúde e a busca de alternativas de tratamento”, frisa Núbia Boechat.

O químico Marcus Nora atua há 19 anos em Farmanguinhos e é uma das referências nacionais na área e um pesquisador reconhecido no âmbito internacional. Com doutorado em Química Orgânica, pela Universidade Paris XI, e três pós-doutorados em Síntese Orgânica e Química Medicinal, o pesquisador possui uma vasta bagagem na pesquisa científica, principalmente com projetos para doenças tropicais. “É uma satisfação muito grande ser contemplado como Cientista do Nosso Estado, porque este edital é um reconhecimento do meu trabalho e da minha carreira. Estas bolsas são fundamentais para os pesquisadores, porque os recursos para as pesquisas são escassos, então ele valoriza a pesquisa científica do Estado do Rio de Janeiro”, afirmou.

Em 2013, Nora foi selecionado neste mesmo edital, em 2011, foi premiado como professor visitante nos Estados Unidos, Fulbright fellowship, e, em 2008, foi contemplado no edital Jovem Cientista do Nosso Estado, também pela Faperj. Em 2020, o pesquisador ficou entre os 600 cientistas brasileiros mais influentes no mundo, após estudos da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, sobre os 100 mil cientistas mais influentes.

Neste edital, o pesquisador apresentou o projeto sobre “Síntese e avaliação tuberculostática de substâncias baseadas no fármaco mefloquina”. Os recursos recebidos pelos próximos três anos poderão ser aplicados neste e em outros projetos do laboratório.