Organizado no âmbito da parceria com a Universidade NOVA de Lisboa, o curso apresenta uma nova perspectiva de desenvolvimento digital voltado para a sociedade

Na semana passada, Farmanguinhos promoveu o curso Saúde Digital – Construindo sistemas de informação centrados no ser humano: o Design como meio de convergência para inovação em saúde. A capacitação foi realizada no âmbito da parceria entre Farmanguinhos e a Universidade NOVA de Lisboa, coordenada pelo servidor Jorge Magalhães, com fomento da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (VPEIC), por meio da Chamada Interna de cursos internacionais de curta duração.

Com carga horária de 40 horas, as aulas foram ministradas pela especialista Cláudia Alexandra Pernencar, da instituição portuguesa. Designer e doutora em mídias digitais, a especialista explicou que tem trabalhado a transformação digital, abordando alguns procedimentos que impactam no usuário final, ou seja, o paciente.

“Com a pandemia, centramos muito esse trabalho de saúde digital no paciente. Isso é normal, porque a pandemia despertou este caminho. Mas, efetivamente, há muito trabalho paralelo, com pesquisadores de bancada, em pesquisa translacional, cujos processos ainda em papéis podem e devem mudar. Portanto, o objetivo é que os pesquisadores olhem para a saúde digital, principalmente sistemas e aplicativos, de modo a inovar também em seus processos de trabalho”, observou.

De acordo com a professora, é importante que alunos percebam o panorama geral da saúde digital, e o que podem fazer dentro desta área. Trata-se de uma turma multidisciplinar, composta por 25 profissionais de diferentes unidades da Fiocruz e diferentes áreas de atuação.

Um desses alunos é Antonio Fernando Golinelli, analista do Departamento de Tecnologia da Informação de Far (DETI). O que despertou o interesse dele para o curso foi a importância de criar um sistema a partir do contexto em que o ser humano está inserido.

“As aulas atingiram as expectativas. A professora, Drª Cláudia Pernencar, apresentou estudos de caso, metodologias  projetos tendo o ser humano como chave para um sistema bem desenvolvido, seja ele o próprio usuário ou a equipe de profissionais envolvida no projeto. Posso usar as metodologias propostas no curso para desenvolver sistemas com foco na experiência do ser humano, como pesquisa de perfil de usuário, a jornada do usuário no processo atual, pesquisa etnográfica e observação sombra, por exemplo”, ressalta Golinelli.

O curso terminou, mas a ideia é analisar a possibilidade de promover nova edição. “Aplicamos exercícios diários a fim de fazermos uma avaliação contínua. É desafiador por se tratar de uma turma multidisciplinar. Mas vamos aferir os resultados e avaliar se organizamos nova turma no ano que vem”, frisou Cláudia Pernencar.

O coordenador do projeto, Jorge Magalhães, concorda em estimular esse tipo de iniciativa. “A tecnologia da transformação digital que vivemos, ela não influencia apenas a vida individual de cada pessoa, como também interfere diretamente nos processos das organizações e indústrias. Portanto, estarmos abertos em mudar a mentalidade das instituições, no sentido de tornar os processos mais céleres e confiáveis com a tecnologia digital, permite que elas estejam em sintonia com as tendências mundiais”, destacou.