O ano acadêmico iniciou de forma inédita. Na última quarta-feira (22/3), duas unidades produtivas da Fiocruz, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), uniram seus alunos de pós-graduação stricto e lato sensu para aula de abertura com o tema “Ações educacionais como forma de fortalecimento do Complexo Econômico da Saúde”. O evento aconteceu no auditório do Centro Administrativo Vinicius Fonseca, em Manguinhos, com transmissão pelo YouTube, e a convidada para falar sobre o assunto foi a diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Meiruze Souza Freitas.

Estiveram presentes para a composição da mesa de abertura, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS) da Fiocruz, Marco Aurelio Krieger; a coordenadora-geral adjunta de Educação da vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), Cristina Guilam; a vice-diretora de Qualidade (VQUAL) de Bio-manguinhos, Rosane Cuber; o diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça; e a vice-diretora de Educação, Pesquisa e Inovação (VDEPI) de Farmanguinhos, Núbia Boechat.

Na oportunidade, o diretor de Farmanguinhos refletiu sobre a importância dos alunos nesse momento. “Eles chegam bem novos, por iniciações científicas e capacitações, e saem como profissionais e cidadãos melhores. Essa é mais uma contribuição direta que fazemos, enquanto Institutos tecnológicos da Fiocruz, para além de medicamentos e vacinas. Nós geramos pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico, capacitação e disseminação de conhecimento, formando alunos que contribuem de maneira crítica com as pesquisas e inovação para o SUS, para o Complexo Econômico Industrial da Saúde e para o mercado”, disse Jorge Mendonça.

Foto: Alexandre Matos

A coordenadora da área de Educação de Farmanguinhos, Mariana Souza, foi uma das idealizadoras do evento. Para ela, essa integração entre os dois Institutos é de grande valor. Estamos em um momento histórico que tem o objetivo de fortalecer a indústria para insumos em saúde. Para isso, temos que ter trabalhadores preparados. A Fiocruz é conhecida, nacional e internacionalmente, pelas ações educacionais para a Atenção Básica. Cabe a nós, agora, fortalecê-las para o Complexo Econômico da Saúde”, declarou.

Os benefícios de eventos como este também foram apontados pela coordenadora-geral adjunta de Educação da VPEIC, Cristina Guilam. Ela aproveitou para saudar a iniciativa de Bio-manguinhos de internacionalizar o seu Mestrado profissional e estendeu o cumprimento à Farmanguinhos pelo Doutorado profissional, uma novidade da instituição, com um dos poucos programas aprovados pela Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (Capes).

A valorização da educação resultou em uma aula acerca dos processos de centros regulatórios. Além de falar sobre as áreas de atuação, Meiruze discorreu a respeito da força de trabalho dentro da instituição e como ela se compara ao cenário regulatório internacional. “Nós vimos a necessidade de dialogar e trocar informações, assim favorecendo diretamente o controle dos produtos no país, a melhoria regulatória e a retirada de requisitos que não agregam ao processo. Isso agiliza a entrada de tecnologias”, esclareceu. Também foi abordado o processo de avaliação de medicamentos, etapas de desenvolvimento de vacinas e leis sanitárias.

Foto: Alexandre Matos

A união e o diálogo foram exaltados por Rosana Cuber, vice-diretora de Qualidade de Bio-manguinhos. Isso porque, segundo ela, esta foi uma qualidade que Bio-manguinhos e Farmanguinhos encontraram na Anvisa, principalmente, durante a pandemia da covid-19. À época, a parceria foi de grande valia para produção da vacina AstraZeneca, reforçando uma característica observada pelas instituições desde a montagem dos kits de diagnóstico de HIV/aids.

A relação é estreitada quando há conhecimento sobre as áreas de atuação de cada um. Por isso, Núbia Boechat utilizou alguns minutos da aula para uma apresentação rápida sobre o que é desenvolvido no campo da pesquisa em Farmanguinhos. Entre números e processos, ela destacou os bolsistas como parte importante da força de trabalho do Instituto. “Nosso grande diferencial é poder elaborar esses estudos dentro de uma indústria, algo muito rico e que contribui muito para o conhecimento”, disse.

O encontro foi celebrado por Marco Aurelio Krieger. “Nós temos a união de um processo e integração de atividades acadêmicas. Estamos celebrando duas unidades que tem uma responsabilidade muito grande com o Complexo Econômico Industrial da Saúde e que têm dado uma contribuição inovadora para a área educacional”, refletiu.

Foto: Alexandre Matos

A aula na íntegra, você confere AQUI