Autor: Tatiane Sandes (Página 12 de 26)

Consórcio Praziquantel Pediátrico: GHIT e EDCTP fazem investimento adicional conjunto de 7,8 milhões de euros

O financiamento apoiará a implementação do programa ADOPT, criando um caminho para apresentação de uma formulação segura para o tratamento de esquistossomose em crianças na idade pré-escolar 

 

O Consórcio Praziquantel para Uso Pediátrico, uma parceria público-privada internacional dedicada ao desenvolvimento de fórmulas pediátricas para tratar a esquistossomose nas crianças em idade pré-escolar, anunciou, no dia 25 de fevereiro, que recebeu financiamento adicional de 2,1 milhões de euros do fundo Global Health Innovative Technology (GHIT) e 5,7 milhões de euros da European & Developing Countries Clinical Trials Partnership (EDCTP). Juntamente com contribuições contínuas dos parceiros do Consórcio, o financiamento do GHIT e da EDCTP apoiarão o programa ADOPT, um programa de pesquisa de implementação para preparar o acesso em larga escala e entrega do novo medicamento pediátrico do Consórcio em países endêmicos.

A esquistossomose é uma das doenças parasitárias mais prevalentes na África Subsaariana e uma das doenças mais danosas em termos de ônus para a saúde pública e impacto econômico. O Praziquantel é o atual tratamento padrão para atendimento. O medicamento é seguro, eficaz e está disponível para adultos e crianças em idade escolar. Atualmente, este grupo de crianças, altamente vulnerável, em idade pré-escolar, tem sido deixada sem tratamento pelos programas de saúde pública, principalmente em função da falta de uma fórmula do medicamento que seja segura para as crianças desta faixa etária. O Consórcio corrigiu esta falha do tratamento ao desenvolver uma fórmula do comprimido praziquantel segura para as crianças desta faixa etária. O comprimido é dispersível na boca e tem propriedades aperfeiçoadas em relação ao sabor. O projeto está na fase III de testes, com um estudo fundamental sendo executado no Quênia e na Costa do Marfim para gerar dados comprobatórios para registro.

Por meio do seu programa ADOPT, o consórcio tem como objetivo identificar abordagens para garantir uma ampla aceitação e acesso justo para o tratamento das crianças em idade pré-escolar acometidas pela esquistossomose. O programa, com duração de cinco anos, considera aspectos que vão da transferência de tecnologia e logística para fabricação e distribuição local do medicamento até a mobilização social e a aceitação da população. Neste sentido, o programa apoiará estudos em países africanos selecionados, incluindo o Quênia e a Costa do Marfim.

“Estamos satisfeitos que nossas propostas de financiamento tenham sido avaliadas de forma positiva, tanto pelo Fundo GHIT quanto pela EDCTP”, afirmou a Dra. Jutta Reinhard-Rupp, presidente do Conselho do Consórcio Praziquantel para Uso Pediátrico e diretora do Global Health Institute, na Merck. “Atualmente, há uma estimativa de que existam 50 milhões crianças em idade pré-escolar que necessitam do tratamento e é o nosso objetivo ajudar a corrigir esta falha no tratamento para eliminar esta doença. Dessa forma, o financiamento adicional é fundamental para assegurar qual o melhor jeito de atingir estes pacientes muito jovens”.

Ao comentar sobre o novo investimento no Consórcio, a CEO e diretora Executiva do Fundo GHIT afirmou: “Estamos muito empolgados em relação a nossa parceria com o Consórcio que remonta a 2013 e agora está adentrando a fase final do projeto. No GHIT, acreditamos que remédios têm um valor imensurável quando são acessíveis, mas não têm valor nenhum se forem inacessíveis. O programa ADOPT será um passo fundamental para unir P&D, acesso, entrega e comunicará as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do país sobre como ter o maior impacto possível com esta inovação”. Enquanto isso, o diretor Executivo da EDCTP, Dr. Michael Makanga, afirmou que: “Alinhado aos nossos investimentos anteriores na fase final do programa de desenvolvimento clínico do Consórcio, consideramos que seria importante apoiar a implementação do programa de acesso. De fato, um desenvolvimento e acesso exitoso de um tratamento pediátrico para esquistossomose, por meio de uma parceria público-privada global, será uma contribuição tangível em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, assegurando que o grupo em idade pré-escolar não seja deixado para trás”.

Saiba mais sobre o Consórcio Praziquantel para Uso Pediátrico em http://www.pediatricpraziquantelconsortium.org

Farmanguinhos obtém pós-registro de tuberculostático junto à Anvisa

O medicamento une Isoniazida e Rifampicina em um único comprimido, facilitando a ingestão, o que melhora a adesão ao tratamento

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Dia Mundial das Doenças Raras

Comemorado anualmente no último dia do mês de fevereiro, a data busca sensibilizar a população, os órgãos de saúde e especialistas para os tipos existentes e todas as dificuldades enfrentadas para conseguir tratamento ou cura
 
Considera-se doença rara aquela que afeta até 65 pessoas em cada grupo de 100.000 indivíduos, ou seja, 1,3 pessoas para cada 2.000 indivíduos. O número exato não é conhecido, mas estima-se que existam entre 6.000 a 8.000 tipos diferentes em todo o mundo.
 
As patologias são caracterizadas por uma ampla diversidade de sinais e sintomas, que variam de enfermidade para enfermidade, assim como de pessoa para pessoa afetada pela mesma condição. Geralmente são doenças crônicas, progressivas e degenerativas. Manifestações relativamente frequentes podem parecer com os sintomas de doenças comuns, dificultando seu diagnóstico, ocasionando elevado sofrimento clínico e psicossocial aos afetados, bem como para suas famílias.
 
Dentre elas, encontram-se: acromegalia, angioedema, artrite reativa, biotinidase, deficiência de hormônio do crescimento – hipopituitarismo, diabetes insípido, doença de Crohn, doença falciforme, epidermólise bolhosa, esclerose múltipla, fibrose cística; hepatite autoimune, hipertensão arterial pulmonar, hipotireoidismo congênito, lúpus eritematoso sistêmico, púrpura trombocitopênica idiopática, síndrome de Guillain-Barré, síndrome de Turner e tumores neuroendócrinos (TNEs).
 
Identificar precocemente uma doença rara pode fazer diferença na qualidade e no tempo de vida de muitos pacientes. Por isso, é importante ir regularmente ao médico para realizar exames de rotina e, caso seja diagnosticada alguma dessas patologias, receber tratamento adequado.

Fevereiro Roxo

A Campanha busca conscientizar a população sobre Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus, condições envolve patologias graves, que podem ser tratadas mais facilmente quando identificadas em um estágio inicial

Nos últimos anos, alguns meses vem sendo associados a cores. Começou com o Outubro Rosa, seguido pelo Novembro Azul e, depois, vários outros surgiram. As cores são símbolos de campanhas de conscientização sobre doenças.
 
Isso porque a maioria dessas condições envolve patologias graves, que podem ser tratadas mais facilmente quando identificadas em um estágio inicial.
 
Fevereiro, por exemplo, é mês de ampliar o alerta sobre Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus. Essas três doenças são de difícil controle e afetam em muito o bem-estar das pessoas. Por isso, o Fevereiro Roxo reforça a importância do diagnóstico precoce para se conseguir oferecer melhor qualidade de vida aos pacientes, controlando ou retardando os seus sintomas.
 
Conheça algumas características dessas doenças:
 
Alzheimer: provoca restrições cognitivas, perda de memória e até demência, em alguns casos. A doença possui as fases leve, moderada e grave. O comprometimento funcional é o que determina em qual delas o paciente está inserido. Na fase leve, geralmente quando a medicação é adotada, ele leva uma vida praticamente normal e o esquecimento não chega a ser empecilho para as atividades corriqueiras. É mais frequente em idosos e evolui gradativamente, causando prejuízos ao cérebro.
 
Fibromialgia: é uma doença reumatológica que atinge cerca de 3% da população brasileira, especialmente as mulheres, conforme dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). A principal característica é o aparecimento de uma dor muscular crônica e generalizada, acompanhada de sintomas como fadiga, alterações de sono, memória e humor.
 
Lúpus: doença inflamatória autoimune que afeta a pele, as articulações, os rins e o cérebro. Ela ocorre quando o próprio sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo por engano. Pode levar à morte, se não for tratada adequadamente.
 
Cuide-se! Mantenha hábitos de vida saudáveis e vá regularmente ao médico para realizar exames de rotina.
 

Abertura do ano letivo em Farmanguinhos

A aula inaugural foi transmitida pelo canal de Far no Youtube e deu um panorama dos cursos de pós-graduação da área de Farmácia, mostrando sua evolução, impactos sociais e desafios

Na última quinta-feira (18/02), Farmanguinhos promoveu a aula inaugural online para dar início ao seu ano letivo. Ministrada pela coordenadora da área de Farmácia da CAPES, Silvia Guterres, a apresentação teve como tema o impacto social dos cursos de Pós-graduação da área da Farmácia, expondo um retrospecto da cadeira no âmbito da educação e apontando os seus avanços e desafios em benefício da ciência, da saúde e da sociedade. O evento foi transmitido pelo canal de Farmanguinhos no YouTube e contou com mais de 170 participantes.

A mesa de abertura foi composta pela coordenadora da área de Educação de Farmanguinhos, Mariana Souza, pela vice-diretora de Educação, Pesquisa e Inovação (VDEPI) da unidade, Núbia Boechat, pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado, e pelas coordenadoras adjuntas dos cursos de pós-graduação da Fundação, Eduarda Cesse e Cristina Guilam.

Mariana Souza abriu o evento salientando a potencialidade dos cursos oferecidos por Farmanguinhos.

Temos uma variedade e características muito fortes quando se trata do desenvolvimento da indústria voltada para a saúde. Oferecemos cinco cursos que mais nos representam: Residência Multiprofissional em Tecnologia aplicada em Indústria Farmacêutica, que é o primeiro curso de Residência em Farmácia industrial e é totalmente executado dentro de uma indústria pública, as especializações em Tecnologias Industriais Farmacêuticas e Inovação em medicamentos da Biodiversidade, que recentemente passaram por reestruturação e modernização e hoje trabalham com um currículo integrado, uma avaliação global baseada em portfólio, modelo híbrido e o TCC é todo voltado para solução de problemas ou criação de produtos. Oferecemos ainda os cursos stricto sensu, que são os Programas de Pós-graduação Acadêmico em Pesquisa Translacional em Fármacos e Medicamentos e o Programa Profissional em Gestão P&D na Indústria Farmacêutica, que foi o primeiro programa profissional na área de farmácia”, salientou.

Núbia Boechat relembrou o progresso do setor de Educação no Instituto. “Farmanguinhos evoluiu muito rapidamente. Até 2018 nós tínhamos dois cursos, um lato sensu e um mestrado, ambos soltos dentro da instituição e não faziam parte da VDEPI. No final deste mesmo ano, nós criamos o Departamento de Educação, que a Mariana então assumiu de forma competente, fez com que todas essas mudanças acontecessem e a área avançasse substancialmente em dois anos praticamente. E isto é um desafio muito grande, já que o foco principal da instituição é produção de medicamentos. Atualmente, temos as áreas de Pesquisa e Educação muito fortes dentro da unidade e que estão conquistando a cada dia mais esse espaço”, evidenciou.

Investimento em Educação  – Durante sua explanação, Silvia Guterres abordou a evolução dos programas de pós-graduação em Farmácia, apontando o seu desenvolvimento, suas limitações e desafios. Segundo a palestrante, o momento presente é de estagnação devido à crise financeira e à falta de investimentos na Ciência. “Até o ano 2000, nós tínhamos um crescimento tímido. A partir desse período, a área experimentou um crescimento expressivo, saindo de quatro programas, em 1975, para chegar a 70 em 2019. Atualmente, devido à crise em termos financeiros na ciência, há um efeito platô e não tem havido propostas de novos cursos na área. O desafio agora é qualificar esses programas para que tenham mais robustez e que melhorem em qualidade”, avaliou.

Com relação aos impactos sociais, a especialista destacou que a disponibilização de profissionais qualificados para atuar nas diversas áreas da ciência farmacêutica resulta em uma série de ações, tais como a transferência de tecnologia entre organizações (públicas e privadas), a criação de novos produtos e processos, elaboração e gestão de políticas públicas, dentre outras, que propiciam pesquisas na fronteira do conhecimento e contribuições para o avanço da saúde pública no Brasil.

Já sobre o futuro da área, a coordenadora afirmou que é fundamental que os Programas se mantenham atualizados à fronteira do conhecimento para a geração científica relevante e de impacto.

“É importante que as atividades do programa contribuam para a formulação de políticas públicas de saúde eficientes, favorecendo a solução de problemas brasileiros na área farmacêutica. Além disso, é desejável que os programas determinem em conjunto com os Núcleos de Inovação Tecnológica mecanismos institucionais para proteção da propriedade intelectual e formalização de parcerias com vistas ao estabelecimento de transferência de tecnologia”, enfatizou.

Após a apresentação, Silvia interagiu com o público e respondeu as perguntas encaminhadas pelos participantes no chat.

A aula pode ser conferida na íntegra no canal de Farmanguinhos no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=MKQ_ogrLA-4&t=1142s Aproveite para se inscrever e ativar o sininho para receber as notificações de novos vídeos e atualizações dos conteúdos.

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