Autor: Viviane Oliveira (Página 36 de 83)

Chamada Pública nº 04/2020 – Far

  • Convocação

A Comissão de Padronização do Instituto de Tecnologia em Fármacos – Farmanguinhos/FIOCRUZ, no uso de suas atribuições, faz saber que, está realizando CHAMAMENTO PÚBLICO PARA SELEÇÃO DE PAPEL MANTEIGA E SACOS PLÁSTICOS, PARA POSTERIOR PROCEDIMENTO DE PADRONIZAÇÃO. Período de retirada dos editais e apresentação de documentos: 03/04/2020 a 04/05/2020, no site www.far.fiocruz.br, ou no endereço: Av. Comandante Guaranys, 447 – Curicica – Jacarepaguá – Rio de Janeiro – RJ – CEP 22775-903.  Neste mesmo período e endereço, estará recebendo documentação dos interessados, descrita no edital.

Edital

Rio de Janeiro, 02 de Abril de 2020.

RODRIGO FONSECA

COMISSÃO DE PADRONIZAÇÃO

Estação de Tratamento de Efluentes

Em meio a tantos acidentes ambientais nos últimos anos e a uma crise hídrica no estado do Rio de Janeiro, é importante fazer uma reflexão sobre as atitudes individuais e ações de responsabilidade ambiental praticadas pelas indústrias e empresas brasileiras, aprofundando as leis que fiscalizam e buscando alternativas para preservar e cuidar da natureza.

Em meio a tantos acidentes ambientais nos últimos anos e a uma crise hídrica no estado do Rio de Janeiro, é importante fazer uma reflexão sobre as atitudes individuais e ações de responsabilidade ambiental praticadas pelas indústrias e empresas brasileiras, aprofundando as leis que fiscalizam e buscando alternativas para preservar e cuidar da natureza.

As indústrias são responsáveis por 21% do consumo de água no mundo e, além de toda produção industrial, geram esgoto sanitário em grande quantidade. Esses resíduos são denominados efluentes.

Para o funcionamento de qualquer indústria, existem legislações que controlam o cumprimento de leis ambientais, garantindo que a empresa atue sem gerar impactos para o meio ambiente. Criada em 1998, a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998) prevê advertências, multas, paralisação temporária ou definitiva de organizações ecologicamente incorretas. O tratamento de efluentes segue as exigências legais de órgãos ambientais.

Os efluentes industrial e o sanitário são tratados na Estação de Tratamento do CTM, para somente depois de analisados, serem liberados no Rio Arroio Pavuna / Foto: Erica Duarte

Você sabia que Farmanguinhos tem uma Estação de Tratamento de Efluente que chega a 95% de eficiência de todo efluente da unidade? E que o local não tem rede coletora e todo efluente sanitário também é tratado aqui?

A gerente do Centro de Segurança do Trabalho e Gestão Ambiental (CSTGA), Denise Barone, explicou como a ETE foi sendo desenvolvida no CTM. “A Estação de Tratamento já existia no Complexo Tecnológico de Medicamentos, porém com o passar do tempo, fomos aprimorando e internalizando os serviços, adequando o laboratório, a mão de obra e agilizando os processos. Em 2014, desterceirizamos a ETE e, em 2016, obtivemos o credenciamento do laboratório. Além de reduzir gastos com empresas terceirizadas, conseguimos ter mais autonomia, independência e credibilidade”, ressaltou.

Como acontece?

Após as etapas físico-química e biológica, o efluente sai praticamente transparente, muito similar à água. / Foto: Viviane Oliveira

Todo o efluente do CTM é direcionado para a ETE, para ser tratado antes de ser despejado novamente no ambiente. O tratamento consiste na neutralização do resíduo líquido industrial, seguido de procedimentos biológico aeróbio.

O processo inclui várias etapas, desde físico-químicas e biológicas, além do uso de tubulações, bombas e materiais para que seja feito o devido tratamento, de modo que o efluente esteja sem vestígio de qualquer resíduo.

Amostra do efluente antes e depois do tratamento são analisadas pelo Núcleo de Tecnologia Ambiental (NTA) de acordo com valores de referência e cronograma semanal. Em 2016, após readequações, o laboratório foi credenciado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para analisar por completo a amostra, com a inclusão de mais cinco parâmetros credenciados, e emitir laudos das análises.

Antes do credenciamento, o laboratório fazia somente análises operacionais e encaminhava as amostras para que algum laboratório credenciado enviasse as análises para o órgão ambiental. Além de reduzir gastos com o serviço externo, o tempo de resposta melhorou muito e agilizou todo o processo. Para auxiliar nesse trâmite de credenciamento, os profissionais de Farmanguinhos visitaram a Gerência de Análises Laboratoriais (Gelab) do Inea e as estações de tratamento da Merck e da Cedae.

Equipe da ETE durante análise de PH. (Foto: Erica Duarte)

“O NTA é o único laboratório da Fiocruz credenciado pelo Inea. O nosso laboratório está a serviço da Fiocruz e não só de Farmanguinhos. De maneira geral, devemos atender a sociedade e temos um grande potencial de terceirização. Esses credenciamentos confirmam a eficiência do tratamento e transmitem credibilidade ao nosso trabalho”, explicou o responsável pelo NTA, Damázio Santos.

O laboratório participa também do Programa de Ensaios de Proficiência, no qual um laboratório externo creditado pelo Inmetro envia uma amostra desconhecida de água ou efluente para que o NTA faça a análise. Nestes ensaios são verificados o método de análise e a confiabilidade dos resultados. Nas duas participações, o Núcleo obteve resultados positivos.

Damázio Santos e Sonia Amaral são responsáveis por realizar todas as análises no Núcleo de Tecnologia Ambiental e rapidamente já retornam com os resultados das amostras. / Foto: Erica Duarte

É importante destacar que as análises físico-químicas são feitas antes e depois do tratamento do efluente, para que possa ser verificada a eficiência da estação.

Em fevereiro de 2020, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente esteve no CTM para visita técnica, a fim de renovar a licença ambiental da fábrica. Os fiscais ficaram surpresos com o resultado do efluente final, que é totalmente transparente, com característica visual surpreendente, bem próximo à água.

O Núcleo de Tecnologia Ambiental é coordenado pelo servidor Luciano Passos e gerenciado por Damázio Santos. Atualmente, ele integra a Seção de Tratamento de Efluentes, que também é coordenada pelo Luciano Passos e gerenciada por Erica Duarte. Ambos fazem parte da Divisão de Meio Ambiente, que tem a servidora Luciane Oliveira como responsável, e está subordinada ao CSTGA.

Erica Duarte, responsável pela ETE, Luciano Passos, quem coordena a Seção de Tratamento de Efluentes, Damázio Santos, responsável pelo NTA, e Denise Barone, gerente do CSTGA. / Foto: Viviane Oliveira

De olho no futuro – Sempre com uma visão sustentável, o CSTGA possui alguns projetos de melhoria, que estão em andamento ou em planejamento, como o reuso do efluente tratado para ser utilizado na limpeza dos pátios e irrigação de jardim, que está na fase de captação de recurso para a implantação. Há ainda o projeto de readequação e ampliação da ETE, com vistas à implantação de novas etapas de tratamento a fim de ampliar os tipos de efluentes a serem tratados.

Outro importante projeto, que facilitará e trará mais economia à instituição, é a caracterização do lodo gerado no processo, serviço a ser executado por um laboratório credenciado. Atualmente, todo o lodo é incinerado como resíduo perigoso, o que gera um custo maior à unidade. Com a implementação deste serviço, será possível identificar o tipo de resíduo e, com isso, definir a destinação final (se incineração ou aterro sanitário), diminuindo, assim, o custo.

Com o passar dos anos, Farmanguinhos ratifica a preocupação com a saúde e o bem-estar da população, ampliando a responsabilidade ambiental e com importantes atitudes para manter o equilíbrio da natureza.

Ainda dá tempo! Pare, avalie suas atitudes e aja de forma consciente e sustentável para proteger e cuidar do meio ambiente.

Dia Mundial das Doenças Raras

Data reforça a necessidade de priorizar pesquisas clínicas e intensificar parcerias para agilizar o diagnóstico e tratamentos de amplo acesso da população

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Gente de Far – Erica Duarte

Laboratório de Química da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, durante a graduação de Engenharia Química / Foto: Arquivo pessoal

O jeito tímido e o sorriso meigo não deixam transparecer a determinação e as batalhas que a engenheira química e de segurança do trabalho, Erica Duarte, enfrentou para chegar até aqui. Com muita motivação para adquirir conhecimento e aceitar novos desafios, a colaboradora é responsável pela Estação de Tratamento de Efluentes no CTM, esposa do Vinícius, mãe do Miguel, estudante de Contabilidade e está iniciando uma MBA em Gestão Integrada de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde.    

Desde criança, Erica gostava de matemática, física e química, e sabia que seria do ramo de exatas. Ao passar para Engenharia Civil na Universidade Federal Fluminense (UFF) e para Engenharia Química para a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), optou pela química e teve a experiência e o amadurecimento de morar sozinha. Como o curso era integral, a aluna focou nos estudos e, já no terceiro período, passou em um processo seletivo para estágio na Usina Termelétrica Santa Cruz, pertencente à Furnas Centrais Elétricas. Por dois anos, adquiriu experiência no laboratório de análises de água e efluente, que na época era credenciado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

O segundo estágio foi na empresa Cosan, na área de controle interno. Nesta oportunidade, Erica realizava auditorias internas, na Fábrica de Lubrificantes e na Matriz, e fazia a consolidação das informações para os indicadores de performance. Ela ainda se destacou por ter sido a vencedora em uma campanha interna com a melhor ideia, que contribuía para a redução de custos. Posteriormente, ela foi transferida para a Raízen e para a área marketing, já que foi criada uma joint venture entre a Cosan e a Shell, formando a Raízen, e todo o setor que ela atuava mudou-se para São Paulo e ela como estagiária não poderia acompanhar esta mudança. Neste novo setor, a colaboradora teve experiência com desenvolvimento de projetos de gestão, treinamento, gestão de equipes de venda e desenvolvimento de projetos na área de aviação executiva.

Em 2011, a formatura em engenharia química foi uma grande conquista para a profissional e mais ainda para os pais, que não conseguiram cursar faculdade. / Foto: arquivo pessoal

Formou-se em 2011, pela UFRRJ, em Engenharia química e o primeiro emprego foi na empresa Nova Gramacho Energia Ambiental S/A, que na época tinha a concessão pelo Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho. Iniciou na área administrativa, realizando monitoramento das licenças, verificação de conformidades de implantação de projetos com requisitos ambientais, acompanhamento técnico da implantação de projeto da planta de purificação do Biogás e, posteriormente, foi promovida para ser a responsável pela Estação de Tratamento de Chorume, que na época era a maior da América Latina, gerindo uma equipe composta por oito funcionários.

Ingressou em Farmanguinhos em 2014 como responsável pela Estação de Tratamento de Efluentes, do Centro de Segurança do Trabalho e Gestão Ambiental (CSTGA) e também foi Key User do módulo de monitoramento ambiental com emissão de laudos e inspeção de equipamentos do Sistema ERP SAP. Além da experiência profissional, Erica ainda participou de dois cursos, voltados para capacitação em ETE, na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) e no Conselho Regional de Química.

Erica e Guaraci verificam a qualidade do efluente tratado e anotam os resultados de alguns parâmetros como temperatura, ph e vazão.

Na estação, Erica e a equipe de operadores acompanham as características do efluente, verificando se há uma carga diferente através da análise que o Núcleo de Tecnologia Ambiental (NTA) realiza ou até mesmo com a verificação visual. “Já aconteceu de recebermos uma carga diferente na ETE que resultou em muita espuma na nossa Estação, então precisamos ir nas áreas (produção, restaurante, manutenção, etc), para verificar se alguém despejou algum produto diferente na ETE através da troca de um detergente, por exemplo”, contou a engenheira.

Profissionais e grandes amigas se juntaram, pensando de forma sustentável, e compraram copos reutilizáveis, para reduzir o descarte de copos plásticos no meio ambiente. / Foto: arquivo pessoal

Erica destacou alguns feitos e momentos importantes, como a criação e elaboração de um piloto, que é de uma mini ETE, feita com o colaborador Guaraci Nascimento, através de bombonas, bombinhas de aquário e outros materiais, para verificar os testes de impacto na ETE. A equipe já levou o piloto para explicar o trabalho realizado internamente em alguns eventos externos, como o Fiocruz Saudável e uma exposição no evento Green Rio, na Marina da Glória. Hoje em dia, o piloto faz parte do processo de testes para verificação da compatibilidade de uma nova PDP com a ETE do CTM, através de experimentos com o efluente no piloto e realização de análises feitas pelo NTA. Foi criado também um projeto de reuso da água da estação para que possa ser utilizado para irrigação da vegetação e limpeza dos pátios do CTM, gerando economia para a instituição. Erica lembra que todos esses projetos só foram possíveis graças ao incentivo e apoio de sua chefia.

A conscientização, a admiração e o respeito pelo meio ambiente só cresceram com o tempo e as atitudes sustentáveis vão sendo implantadas em casa com novos hábitos, como o tempo de uso da água, a implantação do reuso da água de chuva na residência dos pais e a educação de responsabilidade ambiental, que é transmitida ao filho Miguel, de quatro anos.

Vinícius, Erica e Miguel curtindo as férias em um dos pontos turísticos da Bahia, no Elevador Lacerda

Miguel é fruto de um relacionamento de 15 anos com o marido Vinícius, que acompanhou toda a trajetória profissional da Erica. “Ele é muito companheiro e incentivador. Não teria conseguido chegar até aqui sem o apoio e a contribuição dele, que praticamente se “formou” junto comigo. Agora, acabei decidindo fazer Contabilidade por hobby, mas também para auxiliá-lo com a parte contábil na empresa de tecnologia”, contou.

Nos poucos momentos livres, Erica se divide entre as funções de esposa, mãe, amiga e estudante. Senta no chão, desenha, brinca de dominó, quebra-cabeças e com o brinquedo queridinho do Miguel, o beyblade. Após os afazeres e a diversão, enquanto Miguel dorme o sono sereno, Erica corre para o escritório, estuda e continua investindo no seu crescimento. O quadro na parede do escritório, com a frase emblemática de Steve Jobs, reforça o foco e a determinação: “A cada sonho que você deixa para trás é um pedaço do seu futuro, que deixa de existir”.

“Quero sempre melhorar e crescer. Perdi amigos para o tráfico, fazia faxina em casa com o meu irmão, para que a minha mãe não ficasse sobrecarregada e via o quanto ela batalhava e pensava que queria crescer trabalhando como ela. Isso me fez dar valor às coisas e querer dar o melhor para o meu filho. Hoje em dia eu vejo o que podemos conseguir com o conhecimento e isso ninguém tirada gente”, afirmou Erica.

Para ela, os melhores momentos são ao lado da família no shopping, na casa dos pais em Saquarema e nas viagens que fazem com familiares e amigos.  As inesquecíveis foram na Disney, Gramado, Campos de Jordão e nas três vezes que estiveram no Beto Carrero.

Entre momentos felizes e outros mais difíceis, como a perda dos sogros, a garra da Erica e a união com familiares e amigos, principalmente os de Farmanguinhos, incluindo a sua chefia, que a fizeram ser forte e vencer cada obstáculo. Com a voz doce, o brilho nos olhos e um jeito sonhador, mas sempre com maturidade e ponderamento, Erica lembra o quanto é grata à família, às suas amizades e à sua fé, por conseguir construir a sua trajetória até os dias de hoje.

Com os amigos Fabiana Martha e Luciano Passos
Com os amigos de Farmanguinhos, Sonia e Alan Amaral, e a família, no aniversário de 4 anos do Miguel
Em um momento especial, de 2015, no Chá de Bebê do Miguel com as amigas do setor.

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